Montevidéu, 3 set (EFE).- A queda nas vendas de vários países da América Latina para China afetará a economia da região, especialmente a dos países exportadores de metrais, afirmou nesta terça-feira no Uruguai o chefe da unidade regional da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), Christian Daude.
A crise internacional "segue salpicando" os países latino-americanos e prova disso é o "ajuste para baixo" no crescimento anual previsto para as economias do Brasil e México, onde "era de 3,5% do PIB" no início de ano e "reduziu para 2%", acrescentou.
Outros países da região "também sentirão o impacto", especialmente "pela queda das compras da China, sobretudo de metais", disse Daude.
Após destacar que 60% das exportações da América Latina e do Caribe são de matérias-primas, o especialista assinalou que as nações da América Central e do Caribe são as que apresentam as "maiores debilidades" para enfrentar as dificuldades.
Daude participou da inauguração do I Congresso de Bancos e Economia da América Latina realizado em Montevidéu, organizado pela Federação Latino-Americana de Bancos (Felaban) e pelo Banco da República Oriental do Uruguai (BROU).
Ao fazer referência à situação da Europa, o especialista da OCDE, organização formada por 34 países e que tem sua sede em Paris, afirmou que para algumas nações "a crise ainda não chegou no pior nível".
Em alguns países europeus o desemprego "seguirá crescendo em 2014" e outros "têm sistemas financeiros débeis", o que "complica a recuperação", acrescentou.
O tema central do encontro, que se estende até quarta-feira, é "Papéis, oportunidades e desafios (para os bancos latino-americana) em uma nova ordem econômica mundial". EFE
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