BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que o salário mínimo para 2020 ficará maior que os 1.031 reais aprovados na lei orçamentária anual, uma vez que houve repique inflacionário nos últimos meses do ano.
Em coletiva de imprensa, ele estimou que esse valor poderá ser de 1.038 ou 1.039 reais.
Até 31 de dezembro, o governo tem que determinar a política para o salário mínimo do exercício seguinte. No Orçamento aprovado, o governo indicou para 2020 a correção do salário mínimo pelo INPC de 2019.
Guedes afirmou que o governo pode até considerar dar aumento real no salário mínimo, mas frisou que o momento é de restrição fiscal.
"Eu garanto que o poder de compra do salário mínimo é constitucional e será preservado", afirmou.
Diferentemente de governos passados, que chegaram a estabelecer políticas para o salário mínimo para um conjunto de anos, Guedes afirmou que a equipe econômica tomará essa decisão ano a ano.
"Até 31 de dezembro não temos nada anunciado, estamos avaliando tudo, não vamos fazer nada inconsequente", afirmou ele.
Também presente em coletiva de imprensa, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, destacou que cada um real de salário mínimo implica aumento de gastos públicos de 320 milhões de reais.
Ele afirmou que, se o crescimento da economia deste ano for considerado na fórmula para o salário mínimo no ano que vem, haveria aumento de "10, 11, 12 reais, o que daria algo como 4,5 bilhões de reais de impacto adicional".
"Temos até dia 31 dezembro. Faremos a conta e teremos tranquilidade", disse Waldery.
(Por Marcela Ayres e Gabriel Ponte)