Investing.com - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por unanimidade manter a taxa básica de juros (Selic) em 6,5% ao ano. É a sétima manutenção seguida da Selic, que está em seu menor nível da história. A reunião de dois dias de política monetária foi a última liderada por Ilan Goldfajn, que deixa o comando após Roberto Campos Neto, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao cargo, ser sabatinado e aprovado pelo Senado.
A inalteração da Selic era esperada pelos analistas de mercado. Há consenso de que o Copom deva manter a taxa em 6,5% ao ano ao longo de 2019. Antes havia expectativa de início de um aperto monetário para o fim deste ano.
Em comunicado divulgado à imprensa, a autoridade monetária atualizou o cenário-base. No plano interno, ressalta que indicadores recentes indicam retomada gradual da atividade econômica. Já o cenário externo é avaliado como desafiador, com alteração do perfil de riscos. O Copom avalia que houve uma redução dos riscos associados à normalização da política monetária nas principais economias mundiais. Por outro lado, os riscos associados a uma desaceleração global avançaram, devido a diversos fatores, como disputas comerciais e o Brexit. Também cita a menor expectativa de inflação para 2019 e os dois próximos anos, apurada no Boletim Focus. Os analistas de mercado projetam uma inflação de 3,9%, 4% e 3,75% para, respectivamente, 2019, 2020 e 2021.
Em relação ao balanço de riscos no cenário-base, há risco para ambas as direções, mas com a assimetria favorável para um eventual aumento inflacionário, devido à frustração em relação à aprovação das reformas estruturais para a economia, podendo afetar o prêmio de risco e gerar pressão inflacionária, concomitante a uma deterioração do cenário externo para economias emergentes. Por outro lado, o nível de ociosidade elevado pode produzir uma trajetória inflacionária abaixo do esperado. O Copom avalia que houve uma diminuição dos riscos inflacionários desde a última reunião.
Por fim, a autoridade monetária aponta que a manutenção da taxa é compatível para a convergência da inflação para a meta em 2019 e, em menor medida, para 2020, reiterando que a "conjuntura econômica prescreve uma política monetária estimulativa, ou seja, com a taxa de juros abaixo da taxa estrutural".