Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - As perdas nos segmentos de transportes, informação e atividades profissionais mantiveram o setor de serviços em trajetória de queda em abril, registrando o pior resultado para o mês desde o início da série histórica iniciada em 2012, em meio ao cenário de recessão, desemprego e inflação elevados que afetam o consumo.
O volume do setor brasileiro de serviços recuou 4,5 por cento em abril sobre o mesmo mês do ano anterior, 13º mês seguido no vermelho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Apesar da queda anual ter sido menor do que a de 5,9 por cento vista em março, o coordenador da pesquisa no IBGE, Roberto Saldanha, salientou que "ainda não há uma tendência de reversão".
"Para o setor de serviços zerar a perda, tem que crescer 0,6 por cento ao mês de maio até dezembro na comparação com o ano anterior. Isso parece um pouco difícil dado o comportamento da indústria e da economia brasileira", completou ele.
Com a economia em recessão e o desemprego em alta, o principal peso sobre o resultado de abril veio do segmento de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, cujo volume recuou 6,5 por cento em abril.
Também pesou a atividade de Serviços de informação e comunicação, com queda de 3 por cento, e de Serviços profissionais, administrativos e complementares, com recuo de 5,4 por cento.
O volume do chamado agregado especial Atividades turísticas, item à parte por repetir serviços já avaliados em outras atividades, acelerou as perdas a 3,6 por cento em abril, contra queda de 2,3 por cento no mês anterior.
A pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) aponta para ainda mais deterioração do setor de serviços do Brasil em maio, com mais demissões de empregados.