Taxas futuras de juros caem com alívio trazido pelo Caged e pelos Treasuries

Publicado 30.06.2025, 15:27
Atualizado 30.06.2025, 18:40
Taxas futuras de juros caem com alívio trazido pelo Caged e pelos Treasuries

Com a primeira sinalização de enfraquecimento do mercado de trabalho evidenciada pela geração de empregos formais de maio e suporte adicional vindo do exterior - da percepção de que há espaço para mais corte de juros nos EUA -, a segunda etapa do pregão desta segunda-feira, 30, foi de renovação de mínimas na curva local de juros futuros, principalmente nos vencimentos mais longos - que chegaram a ceder cerca de 30 pontos-base nas mínimas.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) que vence em janeiro de 2026 terminou a sessão em 14,925%, vindo de 14,931% no ajuste de sexta-feira. O DI com vencimento em janeiro de 2027 recuou de 14,181% no último ajuste para 14,095%. O DI de janeiro 2028 cedeu de 13,429% no ajuste anterior para 13,250%, e o contrato de janeiro 2029 encerrou a segunda em 13,070%, vindo de 13,316% no ajuste mais recente.

Divulgado no período da tarde pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou que 148.992 postos de trabalho foram criados no mês passado, o que foi visto como um indício, ainda que incipiente, de perda de força do emprego. O saldo entre admissões e demissões no período foi mais fraco do que o projetado pela mediana do Projeções Broadcast, de 171,8 mil vagas.

O mercado de trabalho resistente, que se contrapõe aos números mais modestos de inflação das últimas leituras, tem sido um ponto de atenção para o Banco Central.

O ambiente externo também ajudou a dar alívio à curva a termo brasileira nesta segunda, que acompanhou o declínio nas taxas dos Treasuries, refletindo a avaliação de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode ter margem maior para reduzir os juros, assim como os apelos do presidente dos EUA, Donald Trump, para que o ciclo de alívio monetário na economia norte-americana comece logo.

Para Clayton Calixto, chefe da área de especialistas de portfólio da Santander (BVMF:SANB11) Asset Management Brasil (SAM), os números do Caged foram decisivos para o fechamento da curva de juros observado nesta segunda, ainda que sejam "uma gota no oceano", ou seja, uma primeira evidência de perda de fôlego da economia. Como o BC foi bastante duro em seu discurso recente de que a Selic permanecerá em 15% por um período "bastante prolongado", quando um indicador de atividade vem mais fraco do que o previsto, o mercado tende a avaliar que o ciclo de redução de juros pode ser antecipado, aponta Calixto.

"O mercado vai ficar de olho nos dados de inflação e de atividade. Qualquer número que venha contra essa postura mais dura do BC pode provocar alívio na curva de juros", afirma o especialista da gestora de recursos do Santander, que também ressalta a dinâmica mais benigna dos últimos números de inflação. Em revisão antecipada ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a Santander Asset reduziu a estimativa para a alta do IPCA em 2025 em 0,2 ponto porcentual, para 5,1%, devido a surpresas baixistas com os dados de curto prazo.

Em revisão de cenário publicada nesta segunda, o Bradesco (BVMF:BBDC4) também diminuiu sua projeção para o aumento do indicador, de 5,4% para 5% em 2025. Conforme o banco, o real valorizado ante o dólar e "surpresas baixistas" de curto prazo motivaram a alteração na estimativa, ao mesmo tempo em que o ambiente inflacionário tem melhorado ao longo do ano, à medida que o repasse do choque cambial observado em 2024 está perdendo força.

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