Taxas recuam em toda a curva, com exterior e melhor ambiente inflacionário

Publicado 11.08.2025, 15:17
Atualizado 11.08.2025, 18:40
Taxas recuam em toda a curva, com exterior e melhor ambiente inflacionário

A segunda parte do pregão desta segunda-feira, 11, foi marcada por fechamento generalizado da curva a termo, com intensificação da queda das taxas, que atingiram mínimas intradia em quase todos os vértices. O movimento seguiu de perto o recuo dos rendimentos dos Treasuries, que reagiram a notícias de que três dirigentes do Federal Reserve (Fed) são considerados para substituir o presidente atual da instituição, Jerome Powell. Dois deles - Michelle Bowman e Philip Jefferson - têm postura mais inclinada a cortes de juros.

No âmbito doméstico, a continuidade da melhora das expectativas de inflação do mercado - uma condição fundamental destacada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para iniciar ciclo de flexibilização monetária por aqui - deu alguma contribuição em uma sessão esvaziada na divulgação de indicadores. Mas a mensagem do comitê de que a Selic ainda ficará parada em 15% por longo período impede variação maior dos vencimentos mais curtos.

Já nos juros longos, a influência de baixa hoje veio da queda firme dos juros dos títulos americanos, com os novos nomes ventilados para substituir Powell no comando do Fed.

Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 oscilou de 14,908% no ajuste de sexta-feira para mínima no dia de 14,900%. O DI de janeiro de 2027 passou de 14,12% no ajuste anterior para 14,070%, também menor patamar no dia. O DI de janeiro de 2028 marcou 13,31%, de 13,391% no ajuste antecedente. O DI de janeiro de 2029 cedeu de 13,28% no ajuste a 13,19%.

Os vértices mais longos também diminuíram: o de janeiro de 2031 recuou de 13,493% no ajuste de sexta a 13,4%. O do primeiro mês de 2033, de 13,609% no ajuste para 13,52%.

Publicado hoje pelo Banco Central, o boletim Focus indicou que a projeção para a alta do IPCA em 2025 foi reduzida pela 11ª semana consecutiva, para 5,05%, vindo de 5,07%. A previsão para 2026 também diminuiu 0,02 ponto porcentual, a 4,41%, quarta queda seguida. Para 2027 e 2028, no entanto, as previsões do mercado foram mantidas, em 4% e 3,8%, pela ordem.

Segundo Flávio Serrano, economista-chefe do banco BMG (BVMF:BMGB4), o cenário inflacionário prospectivo mais benigno dos analistas pode ter ajudado na ligeira queda dos juros curtos hoje, uma vez que a melhora do horizonte do mercado para a trajetória da inflação é uma das maiores preocupações do BC.

Ao participar de evento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta manhã, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, reiterou que a autoridade monetária ainda não está vendo as projeções de médio e longo prazo de inflação do mercado em convergência à meta de 3% como desejado, e que a instituição segue enxergando o mercado de trabalho como um foco de resiliência. Em outros segmentos, como o crédito, porém, já é possível observar um maior efeito da política monetária restritiva, o que contribui para um cenário "agridoce" e com sinais mistos na atividade doméstica, comentou Galípolo.

"Temos indícios de que a atividade está desacelerando, exceto o mercado de trabalho. Isso vai ser fundamental para o BC pensar em corte de juros", aponta Serrano, destacando que, agora, a discussão está mais concentrada em quando o ciclo de redução vai começar, e não no orçamento total dos cortes. Por ora, diz, a curva mostra concentração das apostas em março.

Devido a uma "melhora no cenário para a política monetária", a Bradesco (BVMF:BBDC4) Asset reduziu de 13% para 12,75% a previsão para a Selic ao fim de 2026. O primeiro corte, porém, só é esperado para maio do ano que vem. Em revisão de cenário divulgada hoje, a gestora afirma que a mudança ocorreu em razão de dados de crédito mais fracos, que devem levar a um fechamento mais rápido do hiato do produto.

Nesta semana, os investidores vão monitorar a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, que ocorre amanhã, o desempenho das vendas do comércio restrito e ampliado, que o IBGE publica na quarta, e o do volume prestado de serviços, a ser conhecido na quinta. Com exceção do IPCA, os indicadores de atividade são referentes a junho.

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