Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - As instituições que mais acertam as previsões para o juro básico reduziram suas estimativas para a Selic ao fim de 2019, conforme atualização da pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira, após o BC ter reduzido a taxa na semana passada e indicado novos cortes.
O Top 5 de curto prazo diminuiu a previsão para a Selic ao fim de 2019 a 4,75%, pela mediana das estimativas, ante 5,00% na semana anterior. Para 2020, a mediana indica Selic de 4,88%, ante 5,00% na semana anterior.
O Top 5 de médio prazo reduziu o prognóstico de 5,00% para 4,75% tanto para o fim de 2019 quanto de 2020, também segundo mediana das estimativas.
Na quarta-feira da semana passada, o BC cortou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 5,50% ao ano (nova mínima histórica) e surpreendeu os mercados pela indicação explícita de novo alívio monetário. Na curva de juros, operadores passaram a ver Selic abaixo de 5% já a partir do fim deste ano.
Na esteira da indicação do BC, várias instituições financeiras reduziram as projeções para o juro básico para abaixo de 5%, como XP Investimentos, Citi, Bradesco (SA:BBDC4), BofA, Santander Brasil (SA:SANB11), BNP Paribas (PA:BNPP) e Credit Suisse.
O BC divulgará na terça-feira a ata do Copom, na qual detalhará os motivos que levaram ao corte do juro e à indicação de mais afrouxamento monetário.
Enquanto o Top 5 cortou as projeções para o juro básico, os analistas de forma geral diminuíram mais as expectativas para a inflação em 2019 e elevaram a aposta a favor do dólar.
A mediana das estimativas de 124 respondentes da pesquisa do BC mostrou IPCA de 3,44% ao fim deste ano, contra 3,45% na semana anterior, na sétima semana consecutiva de baixa. Para 2020, a projeção foi mantida em 3,80%, conforme mediana de 120 previsões.
O prognóstico para o dólar foi elevado, com analistas vendo a moeda norte-americana a 3,95 reais ao término de 2019 (3,90 reais na projeção anterior e sexta semana seguida de elevação). Para o fim de 2020, a estimativa foi mantida em 3,90 reais.
Os cenários para a economia foram mantidos para 2019 e 2020.