Washington, 9 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo que não será necessário voltar a ameaçar o México com tarifas, uma vez que o país vizinho cooperará para conter a imigração depois do acordo alcançado na sexta-feira.
Em uma série de tweets, Trump disse que confia ainda mais no cumprimento do pacto com o México depois de ter falado neste sábado por telefone com o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.
"Antes, o México não estava cooperando na fronteira em coisas que tínhamos ou que não tínhamos, e agora tenho uma confiança completa, especialmente depois de falar ontem com seu presidente, de que cooperarão muito e que querem fazer bem o trabalho", escreveu Trump.
O governante americano ainda acrescentou que "agora vai haver uma grande cooperação entre o México e os Estados Unidos, algo que durante décadas não existiu".
"No entanto, se por alguma razão desconhecida não houver, sempre podemos voltar à nossa posição anterior, e muito lucrativa, de tarifas; mas não acredito que isso será necessário", completou.
Trump divulgou seus tweets como reação a uma matéria do jornal "The New York Times" segundo a qual o acordo migratório com o México incluía medidas com as quais o governo de López Obrador já havia se comprometido meses atrás.
Em particular, o jornal afirmou que o envio da Guarda Nacional mexicana à fronteira sul do país já tinha sido abordado durante conversas secretas que tiveram em Miami em março a então titular de Segurança Nacional dos EUA, Kirstjen Nielsen, e a secretária do Interior do México, Olga Sánchez.
Trump tachou essa matéria de "falsa" e declarou que seu governo estava "há muito tempo tentando conseguir estas medidas na fronteira, mas não tinha conseguido alcançá-las, ou não totalmente, até o acordo assinado com o México" na sexta-feira.
Nesse sentido, acrescentou que "foram lembradas algumas coisas que não foram anunciadas no comunicado" de sexta-feira, "uma em particular", e que isso "será informado no momento adequado".
O governante americano já mencionou este sábado um ponto que não estava incluído no acordo migratório, ao garantir que o México "aceitou a começar imediatamente a comprar grandes quantidades de produtos agrícolas" dos EUA, algo que as autoridades mexicanas não confirmaram.
Embora Trump tenha vendido o acordo com o México como um triunfo, as autoridades mexicanas não se dobraram ao seu pedido de assinar um tratado de "terceiro país seguro", que teria permitido aos EUA rejeitar legalmente os solicitantes de asilo se não tinham buscado primeiro refúgio no território mexicano.
O pacto permitirá, por outro lado, que o governo de Trump amplie a toda a fronteira com o México um programa que até agora aplicou em três pontos de entrada na área limítrofe e que obriga aos solicitantes de asilo a esperar no país vizinho enquanto seus casos tramitam nos EUA, algo que pode durar meses ou anos.