Trump agora decide adiar até 2 de abril tarifaço sobre México e Canadá

Publicado 07.03.2025, 04:07
Atualizado 07.03.2025, 07:10
© Reuters.  Trump agora decide adiar até 2 de abril tarifaço sobre México e Canadá

Um dia depois de adiar a cobrança de tarifas de 25% sobre carros importados do Canadá e do México por um mês, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu nesta quinta-feira, 6, também postergar até pelo menos 2 de abril a cobrança de novas alíquotas para produtos mexicanos e canadenses que constam no Acordo EUA-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês). As impostas à China seguem em vigor.

Segundo o New York Times, a decisão de adiar a cobrança dos dois vizinhos veio após o mercado de ações passar por forte volatilidade, com temor dos efeitos sobre a economia americana com as novas alíquotas.

As Bolsas já caíam antes do anúncio sobre o México - a decisão de Trump estabilizou as perdas por algumas horas no começo do dia. No entanto, houve nova tendência de queda, que se manteve mesmo com a medida que beneficiou o Canadá. Dow Jones (Bolsa de Nova York) caiu 0,99%; o S&P 500, composto pelos papéis das 500 maiores empresas dos EUA, teve queda de 1,78%; enquanto a Nasdaq (companhias de tecnologia) perdeu 2,61%.

Trump negou ontem que se sinta pressionado pelo mercado de ações. "Não estou olhando o mercado financeiro", disse. Ele reiterou que as tarifas recíprocas para os parceiros comerciais vão mesmo passar a valer a partir de 2 de abril.

No Brasil, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,25%, com pouca influência externa. O dólar também subiu e fechou a R$ 5,75, com alta de 0,06%.

Acordo

No caso do México, o adiamento selado ontem foi decidido após uma conversa por telefone de Trump com a presidente do México, Claudia Sheinbaum. "Fiz isso como uma acomodação (das cadeias de suprimentos) e por respeito à presidente Sheinbaum", escreveu Trump.

Na terça-feira passada, entraram em vigor taxas de 25% para produtos mexicanos e canadenses importados para os EUA. No mesmo dia, também passaram a valer tarifas de 20% para itens da China. Os três países são os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos, com exportações de US$ 1,5 trilhão (por volta de R$ 8,6 trilhões) por ano.

Trump justifica o tarifaço alegando que os três países são tolerantes com imigração ilegal e com o tráfico de fentanil nas fronteiras - no caso chinês, o presidente americano acusa Pequim de não coibir a produção e o envio para o Ocidente de insumos para a produção da droga.

O presidente dos EUA já havia adiado a cobrança do México após o país se comprometer a enviar homens para a fronteira. Ao todo, 10 mil soldados da Guarda Nacional do México foram deslocados e o governo mexicano deportou 29 chefes do tráfico de drogas para os Estados Unidos no último mês.

"Nosso relacionamento tem sido muito bom e estamos trabalhando duro, juntos, na fronteira, tanto em termos de impedir que estrangeiros ilegais entrem nos Estados Unidos quanto, da mesma forma, impedir o fentanil. Obrigado à presidente Sheinbaum por seu trabalho duro e cooperação!", escreveu o americano.

"Muito obrigada, Donald Trump. Tivemos uma excelente e respeitosa ligação, na qual concordamos que nosso trabalho e colaboração produziram resultados sem precedentes, dentro da estrutura de respeito à soberania de cada país", respondeu Sheinbaum.

Com a decisão de ontem, nem todas as mercadorias mexicanas vão ficar isentas - pelo menos 10% do que o México envia para os EUA estão fora do USMCA, de acordo com William Jackson, economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics.

Parceria

Canadá e México estão entre os parceiros comerciais mais próximos dos Estados Unidos desde a década de 1990, quando o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) entrelaçou as três economias. O acordo eliminou a maioria das tarifas sobre bens comercializados entre as nações e estabeleceu processos para se livrar de barreiras regulatórias e outras.

O USMCA em vigor agora foi assinado em 2020, depois de Trump também decidir taxar os parceiros, como pressão por um novo acordo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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