As vendas no comércio brasileiro recuaram de 0,2% em novembro, em relação ao desempenho de outubro deste ano, segundo o Índice do Varejo Stone (NASDAQ:STNE) (IVS). Embora o mês seja tradicionalmente impulsionado pela Black Friday, o pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, Matheus Calvelli, afirma que a retração é explicada principalmente pela queda de vendas no setor de material de construção e de artigos farmacêuticos, que recuaram 4,3% e 1,5% em novembro ante outubro, respectivamente.
"Esses segmentos têm menor exposição à sazonalidade da Black Friday e apresentaram desempenhos mais modestos no mês", afirma Calvelli.
Além disso, em novembro o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros para 11,25%, alta que ocorre em um cenário de aceleração da inflação. "Sendo assim, é esperado que a pressão negativa da inadimplência e do serviço da dívida se torne mais elevada adiante", explica.
Por outro lado, em relação a novembro do ano anterior, o cenário foi positivo, com aumento de 2,9% nas vendas no comércio. Para o pesquisador, o bom momento do mercado de trabalho ainda segue como uma "força positiva" para o consumo.
Já no comércio digital, houve queda mensal de 8,8%, enquanto o comércio físico cresceu 1,7%. No desempenho anual, as vendas no canal digital também reportaram retração de 8,1%, contrapondo à alta de 3,2% do comércio físico.
Na análise por segmentos, o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registrou o maior crescimento do mês, com 3,5%, seguido por tecidos, vestuário e calçados, com alta mensal de 2,8%.