Por Geoffrey Smith, do Investing.com Estados Unidos
Investing.com -- A economia dos EUA é forte o suficiente para resistir ao aperto da política monetária mapeada pelo Federal Reserve na sua última reunião, John Williams, presidente do Fed de Nova York, disse durante um discurso na terça-feira.
Falando em uma conferência de bancos centrais na Alemanha, Williams afirmou que a política do Fed esfriaria os mercados imobiliário e de trabalho, atualmente superaquecidos, sem impedir o crescimento da economia. Ele disse que ainda espera que o produto interno bruto suba cerca de 2% este ano, mesmo enquanto o Fed eleva as taxas de juros até um nível suficientemente alto para conter a inflação.
Ao responder perguntas da plateia, as agências de notícia divulgaram que Williams disse esperar que o Fed engate um "pouso suave" para a economia, e que antecipava que o desemprego permaneceria em torno do seu baixo nível atual, de 3,5% da força de trabalho. Isso também englobava a inflação, medida pelo índice central de despesas pessoais dos consumidores, que cairia para 2,5%, em média, no próximo ano, em relação a 4% este ano, chegando finalmente "perto" da meta de 2% do Fed em 2024.
Nada no discurso de Williams indicou que a volatilidade do mercado financeiro que se seguiu ao primeiro aumento de juros de meio ponto percentual do Fed em duas décadas fosse motivo especial de preocupação. Em vez disso, ele repetiu que as taxas de juros mais elevadas eram a ferramenta certa para esfriar o mercado imobiliário, sensível aos juros, e para reequilibrar um mercado de trabalho no qual a demanda ultrapassa dramaticamente a oferta.
Da mesma forma, Williams também não disse nada sugerindo que ele defenda aumentos de juros maiores do que o Fed está planejando atualmente. O Presidente do Fed, Jerome Powell, disse na sua coletiva de imprensa na semana passada que esperava que fossem discutidos aumentos de meio ponto nas próximas reuniões.
"Nossas ações de política monetária vão resfriar o lado da demanda da equação", disse Williams. "Também espero que, com o tempo, os fatores que contribuem para a escassez de fornecimento sejam resolvidos, de modo que parte do reequilíbrio será realizado através de aumentos na oferta, tanto nos Estados Unidos como em todo o mundo".
Williams é o primeiro de uma série de dirigentes do Fed que deverão fazer aparições públicas na terça-feira. Tom Barkin, de Richmond, e Raphael Bostic, de Atlanta, têm ambos agenda no início do dia, enquanto Neel Kashkari, de Mineápolis, o governador Chris Waller e Loretta Mester, de Cleveland, tem aparições previstas para mais tarde.