SÃO PAULO (Reuters) - A força-tarefa da operação Lava Jato denunciou nesta quinta-feira Paul Bragg, ex-presidente-executivo da companhia norte-americana Vantage Drilling, pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro, informou o Ministério Público Federal no Paraná.
Segundo os procuradores, o executivo, em conjunto com Hsin Chi Su, representante da empresa chinesa TMT, e Hamylton Padilha, lobista que atuava na Petrobras (SA:PETR4), repassaram aproximadamente 31 milhões de dólares "a título de propina para Jorge Luiz Zelada (ex-diretor internacional da Petrobras entre 2008 e 2012), Eduardo Vaz da Costa Musa (gerente-geral da área internacional entre 2006 e 2009) e para o PMDB, partido responsável pela indicação e manutenção destes em seus respectivos cargos".
A Vantage Drilling venceu no início deste mês uma arbitragem internacional que concedeu à empresa ganho de causa em uma disputa de 622 milhões de dólares contra a Petrobras. O caso envolveu Zelada, que foi condenado a 12 anos e 2 meses de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro, por conceder indevidamente à Vantage um contrato em 2009.
Segundo o MPF-PR, a denúncia ocorre em caso sobre afretamento do navio-sonda Titanium Explorer pela Petrobras.
"Para oferecer a denúncia contra Paul Bragg, a força-tarefa descobriu novas provas indisponíveis na época da primeira denúncia. Tais evidências consistiram, principalmente, em emails trocados entre os envolvidos que demonstraram, além de qualquer dúvida razoável, a consciência de Paul Bragg e, portanto, da empresa Vantage Drilling em relação ao pagamento de propinas", afirmou o MPF-PR em comunicado à imprensa. "As mensagens eletrônicas também foram corroboradas por novo depoimento prestado pelo colaborador Hamylton Padilha."
(Por Alberto Alerigi Jr.; Edição de Alexandre Caverni)