Acelen reduz preço do diesel na refinaria pela 1ª vez desde meados de dezembro

Publicado 30.01.2025, 17:31
Atualizado 30.01.2025, 17:55
© Reuters

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) -A Acelen, empresa do grupo Mubadala proprietária da Refinaria de Mataripe, na Bahia, reduziu nesta quinta-feira em 5% o preço médio do diesel S10, tipo mais comercializado do Brasil, vendido a distribuidoras, em seu primeiro corte desde meados de dezembro, informou a companhia.

Com o ajuste, o preço médio do diesel S10 da Acelen passou de 3,99 reais o litro para 3,79 reais o litro. A última redução de preços desse combustível pela companhia havia ocorrido em 12 de dezembro. Desde então, a Acelen havia elevado o preço quatro vezes.

Mataripe é a segunda maior refinaria do Brasil e representa 14% da capacidade total de refino do país, sendo 42% do Nordeste e 80% da Bahia.

Os repasses de ajustes de preços do diesel das refinarias vendido a distribuidoras não são imediatos e dependem de uma série de questões, como impostos, mistura de biodiesel e margens de distribuição e revenda.

Sócio-diretor da Raion Consultoria, Eduardo Oliveira de Melo afirmou à Reuters que o movimento já era esperado, uma vez que a Acelen costuma estar alinhada aos preços praticados no exterior.

"Uma vez que você observa que tanto o barril de petróleo, e naturalmente os refinados, sofreram uma redução de preço no mercado internacional, juntamente com a apreciação do câmbio, isso acaba incidindo na precificação da Acelen, porque ela acaba buscando seguir a paridade internacional", afirmou Melo.

CENÁRIO BRASILEIRO

O corte de preços da Acelen vem justamente após algumas notícias na mídia nesta semana afirmando, com base em fontes não identificadas, que a Petrobras (BVMF:PETR4) iria elevar o valor do diesel em suas refinarias, que está estável desde dezembro de 2023. Até o momento, nenhum movimento foi anunciado pela estatal, no entanto.

A Petrobras adota atualmente uma estratégia comercial que visa evitar repassar volatilidades internacionais ao mercado interno, considerando também seus ativos, logística e cotações internacionais, além de questões relacionadas a participação de mercado, segundo a empresa.

Em nota separada também nesta quinta-feira, a Acelen afirmou que a política de preços da Petrobras afeta todo o mercado de refino privado brasileiro.

"Para enfrentar tamanha defasagem, a Acelen precisa exportar combustíveis, uma vez que os preços do mercado interno estão represados já há algum tempo em função da política de preços de combustíveis da estatal", disse a Acelen, que evitou dar mais detalhes sobre os volumes exportados.

A manutenção de preços da Petrobras por um longo período também tem gerado críticas da Refina Brasil, entidade que representa as refinarias privadas no país. Nesta semana, o grupo mandou uma nota à imprensa onde afirmou que a defasagem de preços da Petrobras com o mercado externo "afeta diretamente a competitividade do setor de refino privado, inviabilizando investimentos e distorcendo o equilíbrio de mercado".

(Por Marta NogueiraEdição de Pedro Fonseca)

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