Por Andrea Shalal
BERLIM (Reuters) - A europeia Airbus entregou nesta sexta-feira a "casa de força" da nova espaçonave Orion da Nasa, que levará astronautas à Lua e além nos próximos anos, um marco que deve dar ensejo a centenas de milhões de dólares de encomendas futuras.
Na quinta-feira os engenheiros da fábrica da Airbus instalada em Bremen, na Alemanha, acondicionaram a espaçonave cuidadosamente em um contêiner especial que voará a bordo de um gigantesco avião de carga Antonov até o Centro Espacial Kennedy da Nasa no Estado norte-americano da Flórida, um primeiro passo em sua jornada ao espaço sideral.
Na Flórida, a estrutura será unida ao módulo da tripulação da Orion, construído pela Lockheed Martin (NYSE:LMT), e submetido a mais de um ano de testes intensivos antes da primeira missão de três semanas na órbita da Lua, que será lançada em 2020, mas sem tripulação.
A produção futura do Orion e do módulo europeu pode resultar em bilhões de dólares de novas encomendas para as empresas envolvidas nos próximos anos, disse Bill Gerstenmaier, administrador associado para exploração humana e operações da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos.
"Este é o sistema que permitirá aos humanos se movimentarem de forma sustentável no espaço profundo... e deixar o sistema Terra-Lua pela primeira vez na história", afirmou.
Os planos atuais almejam uma primeira missão tripulada em 2022, e em seguida a Nasa e a Agência Espacial Europeia (ESA) pretendem lançar uma missão tripulada por ano, tornando o projeto Orion importante política e economicamente em um momento no qual a China e outros países estão correndo para se lançar ao espaço.
O Módulo de Serviço Europeu da Airbus fornecerá propulsão, energia, controle térmico e combustíveis não-renováveis à tripulação do módulo da Orion – a primeira vez em que a Nasa utilizará um sistema fabricado na Europa como elemento essencial para impulsionar uma espaçonave norte-americana.
"Este é um passo muito grande. A entrega e o voo à América são só o começo de uma jornada que eventualmente nos levará 96 mil quilômetros além da Lua, mais longe do que qualquer humano já voou antes", disse Oliver Juckenhoefel, vice-presidente de serviços orbitais e exploração da Airbus, à Reuters.
A Orion é parte de um empenho crescente de levar humanos de volta à Lua, onde a descoberta inesperada de água empolgou cientistas.