Por Takashi Umekawa e Michael Nienaber
TÓQUIO/BERLIM (Reuters) - A Alemanha vai pressionar os membros do G20 para ratificarem um conjunto de regras, incluindo sobre o livre comércio, na reunião desta semana dos líderes financeiros do grupo, o que a administração Trump pode considerar como um desafio à sua postura mais protecionista.
Em um movimento incomum, a Alemanha, anfitriã do encontro, enfatizará a importância do livre comércio global em um documento separado do principal comunicado do grupo, disseram fontes do G20.
O movimento ressalta o desejo da Alemanha de rejeitar quaisquer demandas explícitas dos EUA para diluir o compromisso do grupo com o livre comércio, no momento em que a chanceler alemã, Angela Merkel, se prepara para seu primeiro encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira.
Anexar um documento separado também permitirá à Alemanha esclarecer suas prioridades e evitar que elas sejam ofuscadas pelo que pode ser um debate mais acalorado sobre o protecionismo e a política cambial.
É raro para um país na presidência do G20 emitir um documento separado do comunicado principal, especialmente um que difere no tom e prioridades.
O presidente do banco central alemão, Jens Weidmann, delineou as prioridades da Alemanha nesta quarta-feira, desafiando a postura mais protecionista da nova administração norte-americana às vésperas da reunião em Baden-Baden, na sexta-feira e no sábado.
Classificando a rejeição do protecionismo de um dos maiores feitos do G20, Weidmann pediu aos líderes financeiros que refirmem esse compromisso, protegendo o que ele disse ser um importante pilar da prosperidade econômica.
Mas um esboço do principal comunicado do G20 visto pela Reuters parece acomodar as visões de Trump sobre comércio ao retirar uma frase resistindo a "todas as formas de protecionismo".