Câmara aprova retirada de pauta da MP da taxação e impõe derrota ao governo Lula
Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O Banco do Japão manteve nesta segunda-feira sua visão cautelosamente otimista sobre as perspectivas econômicas, mas alertou para a incerteza persistente quanto ao impacto das tarifas dos Estados Unidos sobre os lucros das empresas, sugerindo que sua preferência é esperar por mais dados antes de aumentar os juros.
Em um relatório trimestral sobre as economias regionais do Japão, o banco central manteve sua avaliação para oito áreas, dizendo que elas estão se recuperando moderadamente ou acelerando, e cortou a avaliação para uma área.
No entanto, os gerentes das agências regionais do banco central apontaram para a incerteza persistente sobre o impacto das tarifas, o que estava levando algumas empresas a adiar seus planos de gastos, de acordo com um resumo da reunião.
"Os aumentos salariais provavelmente continuarão como uma tendência, devido à escassez estrutural de mão de obra. Mas é difícil saber o que acontecerá nas negociações salariais do próximo ano, já que o impacto das tarifas sobre os lucros das empresas só começará a aparecer a partir de agora", disse Kazuhiro Masaki, gerente da filial do Banco do Japão em Osaka, em uma coletiva de imprensa.
"Neste estágio, é difícil dizer quando exatamente teremos um conhecimento mais claro sobre o impacto das tarifas."
A reunião dos gerentes das agências foi realizada depois que o partido governista escolheu Sanae Takaichi como sua nova líder no sábado, abrindo caminho para que ela se torne a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do Japão.
A avaliação estará entre os fatores que o banco central levará em conta para decidir se aumentar a taxas de juros ou se vai mantê-la em 0,5%, em sua próxima reunião, nos dias 29 e 30 de outubro.
O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse recentemente que gostaria de estudar mais dados para avaliar se as empresas podem resistir ao impacto das tarifas dos EUA e continuar aumentando os salários e os gastos de capital.
"Algumas regiões citaram empresas em sua área dizendo que talvez precisem reduzir os aumentos salariais se as tarifas dos EUA levarem a quedas acentuadas nos lucros", disse o Banco do Japão no resumo das discussões em uma reunião trimestral de seus gerentes de filiais regionais.
Porém, em outras regiões, as empresas projetaram a necessidade de continuar aumentando os salários devido à escassez de mão de obra, aos aumentos no salário mínimo e às recentes elevações nos custos dos alimentos, segundo o resumo.
Embora as tarifas dos EUA estivessem pesando sobre as exportações e a produção, algumas regiões observaram uma demanda forte por pedidos relacionados à inteligência artificial (IA) que sustentam suas economias, segundo o resumo.
(Reportagem de Leika Kihara)