BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta terça-feira que trabalhará em 2018, de forma estrutural, os compulsórios bancários no Brasil como um dos objetivos para reduzir custos do crédito.
O movimento, no entanto, não será feito como um instrumento de política monetária.
"Qual o melhor nível dos compulsórios, vocês sabem que há exigência do sistema bancário de ter um nível de compulsórios elevados, que aumentam o custo de crédito. O sistema que nós pudermos contribuir para a redução do custo nós vamos fazer", afirmou ele em apresentação durante evento em Brasília.
"Mas nós vamos fazer de uma forma estrutural, pensando na queda ao longo do tempo e não como medida de política monetária", acrescentou.
Os compulsórios bancários são a parcela dos recursos depositados nos bancos que fica presa no Banco Central, recebendo ou não remuneração.
Ilan voltou a alertar ainda que não se pode contar que o cenário internacional permanecerá benigno "perpetuamente", como ocorre neste momento, e que é importante dar continuidade à agenda de reformas no Brasil.
"Para a frente, é preciso notar que nem tudo permanecerá favorável para sempre", afirmou.
Ilan também reforçou a necessidade de continuar com as medidas de ajustes e reformas, sobretudo a da Previdência. "É importante para o equilíbrio da economia, com consequências favoráveis para a desinflação, a queda da taxa de juros estrutural e a recuperação sustentável da economia brasileira".
O presidente do BC voltou a afirmar que a política monetária será feita com cautela daqui para frente, indicando mais corte nos juros básicos no curto prazo. No início desse mês, o BC reduziu a Selic para a mínima histórica de 7 por cento ao ano e, para a primeira reunião de 2018, em fevereiro, as amplas apostas são de que mais um corte virá.