BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central melhorou muito nesta quarta-feira sua projeção para o déficit em transações correntes neste ano e em 2018, em meio à maior força do comércio exterior brasileiro.
Agora, a conta é de saldo negativo de 9,2 bilhões de dólares em 2017, sobre 16 bilhões de dólares calculados antes, e de 18,4 bilhões de dólares para o próximo ano, contra 30 bilhões de dólares.
Caso a previsão do BC para este ano se confirme, este será o melhor resultado para as contas externas desde 2007, quando houve superávit de 408 milhões de dólares.
Tanto para este ano quanto para o próximo, o ajuste nos números veio na esteira de uma balança comercial mais forte, puxada pelo aumento nas exportações.
O BC passou a ver superávit de 64 bilhões de dólares na balança comercial em 2017, ante 61 bilhões de dólares. Para 2018, a expectativa agora é de saldo positivo de 59 bilhões de dólares, contra 51 bilhões de dólares.
A balança vem sendo impulsionada pelas vendas mais fortes de produtos brasileiros no exterior, movimento favorecido tanto pelo maior volume transacionado quanto por preços mais favoráveis de algumas commodities de peso na pauta brasileira, como minério de ferro e petróleo.
A melhora no déficit em transações correntes também foi beneficiada por uma revisão feita pelo BC no saldo negativo esperado para a conta de renda primária, linha que engloba a remessa de juros e de lucros e dividendos para o exterior.
A estimativa caiu a 42,5 bilhões de dólares para 2017, contra 46,3 bilhões de dólares antes, e a 42,1 bilhões de dólares em 2018, ante 45,8 bilhões de dólares.
Em relação aos Investimento Direto no País (IDP), o BC manteve sua estimativa de uma cifra de 75 bilhões de dólares para 2017 e de 80 bilhões de dólares em 2018.NOVEMBRO Nesta terça-feira, o BC também divulgou que houve um déficit em transações correntes de 2,388 bilhões de dólares em novembro, pior que a expectativa de um rombo de 1,8 bilhão de dólares, segundo pesquisa Reuters. No mês, o IDP foi de 5,021 bilhões de dólares, acima da projeção de analistas de 4,3 bilhões de dólares. De janeiro a novembro, o déficit nas transações correntes ficou em apenas 5,418 bilhões de dólares, ante 17,649 bilhões de dólares em igual período de 2016. Em 12 meses, o déficit subiu a 0,56 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), contra patamar de 0,48 por cento no acumulado até outubro.
(Por Marcela Ayres)