RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) vai dar continuidade ao processo de venda de participações em empresas neste ano e com os recursos pretende “reinvestir muito” em novas iniciativas, disse nessa sexta-feira uma executiva do banco.
O banco, contudo, somente venderá ativos de sua carteira de participações se as empresas estiverem maduras, com boa governança e forem capazes de obter recursos no mercado, disse a diretora de mercado de capitais do banco, Eliane Lustosa, acrescentando que a rentabilidade do banco também é um quesito.
"A gente analisa por projeto. Vemos se a empresa já tem capacidade de se financiar no mercado e se cumprimos nosso papel, e a gente sai”, disse ela a jornalistas após participar de um evento da Vinci Partners.
"Enquanto a gente não desinveste, a gente vai fazer atuação forte nos votos, na governança, na prestação de contas e seremos ativos nas assembleias", acrescentou.
Segundo a executiva, o banco já negociou cerca de 4 bilhões de reais em participações neste ano, ante aproximadamente 7 bilhões de reais em todo o ano de 2017.
Se operação de união entre a Fibria (SA:FIBR3) e Suzano Papel e Celulose (SA:SUZB3) passar pelo crivo dos órgãos reguladores, o banco de fomento poderá embolsar mais 8,5 bilhões de reais com a venda de sua fatia na Fibria neste ano.
A executiva do BNDES também disse que a prioridade da nova gestão do banco é estimular e fomentar o mercado de capitais no financiamento de projetos, especialmente de infraestrutura, e para isso prentende aportar 5 bilhões de reais este ano.
O banco quer ser uma espécie de âncora na criação de fundos de investimentos, garantindo a compra de fatia minoritária e deixando para os gestores a captação da parte majoritária.
"A gente quer ancorar e catalisar investimentos privados...tudo para fomentar o mercado de capitais”, disse.
(Por Rodrigo Viga Gaier)