NOVA YORK (Reuters) - A América Latina e o Brasil em particular estão bem posicionados entre os países em desenvolvimento para resistir aos aumentos esperados dos juros pelos bancos centrais dos Estados Unidos e europeu nos próximos meses, disseram investidores e economistas.
Nos meses depois de maio de 2013, quando o então chair do Federal Reserve Ben Bernanke anunciou planos para reduzir o estímulo monetário, o JPMorgan Emerging Markets Global Bond Index recuou quase 15 por cento desde a máxima de maio, atingindo a mínima para o ano em setembro.
O índice MSCI de ações do mercado emergente recuou 17,4 por cento da máxima de maio para a mínima do ano em junho.
Mas esse padrão não deve se repetir mesmo se o Fed começar a reduzir sua carteira de títulos de 4,5 trilhões de dólares e com a perspectiva de que continue a elevar os juros, disseram analistas.
"Se você olhar os fundamentos desta vez, há uma situação melhor do que antes" disse a diretora sênior do Institute for International Finance, Sonja Gibbs.
O Brasil, em particular, viu a inflação desacelerar durante a recessão severa e fez alguns progressos em reformas estruturais, aumentando o conforto dos investidores com seu plano de continuar cortando os juros, mesmo com o aperto monetário do Fed, disse ela.
A maior economia da América Latina foi anteriormente chamada pelos analistas da Morgan Stanley (NYSE:MS) como uma das "Cinco Frágeis" --economias mais vulneráveis à fuga de capitais.
Mas desta vez a economia brasileira é uma das que estão melhor situadas, disseram autoridades e economistas.
(Reportagem de Dion Rabouin)