Investing.com - Após uma semana relativamente calma, a mudança no comando do Federal Reserve terá grande parte das atenções dos investidores na semana que se inicial, já que eles buscam novas indicações sobre a possível trajetória da política monetária.
Nos EUA, relatórios sobre renda pessoal e gastos pessoais, que incluem os dados da inflação das despesas de consumo pessoal, a métrica preferida do Fed para a inflação, estarão em destaque na semana.
Já na Europa, investidores aguardarão dados mensais de inflação para avaliar a velocidade na qual o Banco Central Europeu começará a reduzir seu programa massivo de compra de ativos
Enquanto isso, participantes do mercado aguardarão os dados mensais sobre o setor industrial da China em meio a recentes sinais de que a força da segunda maior economia do mundo permanece forte.
Também digno de nota, mercados de energia se concentrarão na amplamente esperada reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo para ver se os maiores produtores de petróleo têm planos de estender seu acordo atual de cortes na produção.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Discursos de membros do Federal Reserve
Agentes de mercado se concentrarão em comentários de alguns membros do Federal Reserve, incluindo tanto a presidente atual quanto o próximo presidente do banco central norte-americano.
Jerome Powell, diretor do Fed escolhido pelo presidente Donald Trump como próximo presidente do Fed, se apresentará perante a Comissão de Atividade Bancária do Senado às 12h45 da próxima terça-feira em uma audiência de confirmação.
No dia seguinte, Janet Yellen, atual presidente do Fed, falará sobre a economia às 13h no Capitólio perante a Comissão Econômica Conjunta.
Espera-se amplamente que Powell fique próximo de Yellen em termos de política monetária, mas talvez mais flexível no tocante à regulamentação bancária.
Além de Powell e Yellen, há alguns outros membros do Fed que se pronunciarão nesta semana, incluindo William Dudley, presidente do Fed de Nova York, que também deverá deixar o cargo no ano que vem.
O banco central norte-americano deverá realizar sua última reunião do ano de política monetária em 12 e 13 de dezembro, com futuros da taxa de juros agora apostando em cerca de 100% de chances de um aumento das taxas em dezembro, de acordo com o Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com.
No entanto, os mercados parecem duvidar da capacidade do banco central para elevar as taxas tanto quanto o desejado no ano que vem devido a preocupações com a perspectiva lenta de inflação.
2. Inflação das despesas de consumo pessoal dos EUA
O Departamento de Comércio divulgará às 11h30 da próxima quinta-feira dados sobre renda pessoal e despesas pessoais em outubro, que incluem os dados da inflação das despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), a métrica preferida do Fed para inflação.
O consenso das projeções indica que o relatório mostrará que o núcleo do índice de preços PCE subiu 0,2% no mês passado. Em base anual, espera-se que o núcleo dos preços PCE tenha subido 1,4%.
O Federal Reserve utiliza o núcleo PCE como ferramenta para ajudar a determinar se eleva ou abaixa as taxas de juros com o intuito de manter a inflação na taxa de 2% ou abaixo disso.
O calendário desta semana também traz a segunda estimativa do crescimento do PIB no terceiro trimestre na quarta-feira, que deverá mostrar uma pequena revisão para cima de 3,0% para 3,2%.
Relatórios sobre crescimento do setor industrial do ISM, confiança do consumidor do CB, vendas de imóveis novos, vendas pendentes de imóveis e números de vendas de automóveis no mês também estarão na agenda.
Além disso, no mercado acionário, investidores aguardarão os ganhos iniciais do início da temporada de compras de feriados e os resultados das compras no dia da Cyber Monday.
Com relação à política, a reforma tributária provavelmente terá grande destaque, já que os mercados buscam quaisquer novos desdobramentos relativos ao projeto de lei da administração Trump neste sentido.
O presidente irá se reunir com senadores do Partido Republicano na terça-feira para discutir os esforços do partido para aprovar a legislação da reforma tributária; a votação sobre seu projeto de lei deverá ocorrer até quinta-feira.
3. Números da inflação da zona do euro
A zona do euro divulgará seus números da inflação em novembro às 08h00 da próxima quinta-feira.
O consenso das projeções aponta que o relatório mostrará que os preços ao consumidor subiram 1,6%, desacelerando um pouco a partir de 1,4% em outubro, permanecendo aquém da meta do Banco Central Europeu de pouco abaixo de 2%. Talvez, de forma mais significativa, os números do núcleo da inflação, sem os preços voláteis de energia e alimentos, têm projeções de subir para 1,0% a partir de 0,9% no mês anterior.
Alemanha, França, Itália e Espanha divulgarão seus relatórios próprios de IPC durante a semana.
No mês passado, o BCE afirmou no mês passado que reduziria suas compras de ativos pela metade a partir de janeiro, mas estendeu o programa até o final de setembro, prometeu anos de estímulo e deixou a porta aberta para voltar atrás, citando pressões moderadas de preços.
4. PMI industrial da China
A Federação Chinesa de Logística e Compras deve divulgar dados sobre a atividade do setor industrial em novembro às 23h00 da próxima quarta-feira em meio a expectativas de uma redução modesta da leitura de 51,6 em outubro para 51,5 agora.
O índice industrial Caixin, que se concentra principalmente em pequenas e médias empresas, está previsto para ser divulgado às 23h45 da próxima quinta-feira. Espera-se que o estudo tenha redução de 0,1 ponto e fique em 50,9.
Uma desaceleração chinesa é um dos maiores riscos para o crescimento global contínuo; logo, uma grande mudança nesses dados pode gerar algumas preocupações.
O índice da atividade dos gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) é visto como um bom indicador das condições econômicas e alguns analistas o preferem ao produto interno bruto, que pode ser afetado por ajustes sazonais ruins e é propenso a revisões.
Qualquer valor acima de 50,0 aponta expansão, ao passo que leituras abaixo de 50,0 indicam contração na indústria.
A economia da China cresceu 6,8% no terceiro trimestre, um pouco menos do que o crescimento de 6,9% do segundo trimestre do ano.
5. Reunião da OPEP
Ministros do petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros importantes produtores se reunirão em Viena nesta quinta-feira para decidir se estendem seu acordo atual sobre a produção para além do prazo de encerramento em março de 2018.
A maioria dos analistas do mercado esperam que o cartel do petróleo estenda os cortes na produção por mais nove meses até o fim do ano que vem, mas os termos não estão muito claros uma vez que a Rússia emitiu sinais contraditórios se irá ou não apoiar a decisão.
Em novembro do ano passado, a OPEP e outros 11 produtores externos à organização, incluindo a Rússia, concordaram em cortar cerca de 1,8 milhão de barris por dia da produção de petróleo entre 1º de janeiro e 30 de junho. O acordo foi estendido em maio desse ano por um período de nove meses até março de 2018 em uma aposta de reduzir os estoques mundiais e dar sustentação aos preços do petróleo.
Os cortes na produção conduzidos pela Opep têm sido um dos principais catalisadores que sustentaram o rali recente dos preços do petróleo em meio a expectativas de que o reequilíbrio nos mercados de petróleo está em andamento.
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