Investing.com - Após uma semana agitada dominada por eventos mobilizadores do mercado nos EUA, como a reforma tributária e acontecimentos políticos, investidores voltarão a se concentrar em dados econômicos, com o relatório de emprego na sexta-feira provavelmente atraindo maior parte das atenções.
Enquanto isso, participantes do mercado aguardarão números mensais da balança comercial da China em meio a sinais recentes de que a segunda maior economia do mundo está desacelerando.
Além disso, no Reino Unido, investidores se concentrarão em um relatório sobre o dominante setor de serviços na busca de mais indicações sobre o efeito contínuo que a decisão do Brexit está tendo sobre a economia.
Anúncios de política monetária do Banco do Canadá e do Banco da Reserva da Austrália também estarão em foco.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Relatório de Emprego dos Estados Unidos
O Departamento de Trabalho dos EUA divulgará seu relatório de novembro sobre folhas de pagamento não agrícolas na próxima sexta-feira às 11h30 e a atenção sobre ele será dada mais sobre o que será dito quanto a salários do que quanto a contratações.
O consenso das projeções é de que os dados mostrarão que houve acréscimo de 198.000 empregos neste mês na sequência do aumento de 261.000 em outubro, ao passo que a taxa de desemprego tem projeções de se manter estável em 4,1%.
A maior parte das atenções provavelmente se voltará aos números relativos à média de ganhos por hora, que devem subir 0,3% após uma leitura estável no mês anterior. Em base anual, os salários possuem projeção de ganhos de 2,7%, melhorando a partir de 2,4% em outubro, que foi o aumento mais fraco em um ano e meio.
Uma recuperação nos salários pode ser um sinal inicial de inflação mais alta, sustentando a situação para taxas de juros mais altas nos próximos meses.
O calendário desta semana também traz o relatório das folhas de pagamento não agrícolas do setor privado da ADP, o estudo do ISM sobre o setor não industrial e os dados preliminares da percepção do consumidor de Michigan.
O Federal Reserve deverá realizar sua última reunião do ano de política monetária em 12 e 13 de dezembro, com futuros da taxa de juros agora apostando em cerca de 100% de chances de um aumento das taxas em dezembro, de acordo com o Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com. No entanto, os mercados parecem duvidar da capacidade do banco central elevar as taxas tanto quanto o desejado no ano que vem devido a preocupações com a perspectiva lenta de inflação.
A legislação da reforma tributária permanecerá na agenda, já que o Congresso trabalha para aprovar um projeto de lei que daria ao presidente Donald Trump sua primeira vitória legislativa desde que ele assumiu o cargo.
O prazo de sexta-feira sobre um possível fechamento do governo também estará nas mentes dos investidores.
Agentes do mercado também estarão atentos a mais notícias quanto à investigação sobre a Rússia, agora que Michael Flynn, ex-conselheiro de segurança nacional, declarou-se culpado por mentir ao FBI e concordou em cooperar com os investigadores.
2. Balança comercial da China
A China deverá divulgar os números da balança comercial por volta de 01h00 de sexta-feira. O relatório deverá mostrar que o superávit comercial do país subiu de cerca de US$ 38,2 bilhões em outubro para US$ 39,5 bilhões no mês passado.
As projeções para as exportações são de crescimento de 7,2% em comparação ao ano anterior e na sequência de um salto de 6,9% no mês anterior, enquanto se espera que as importações tenham subido 12,0% após terem aumentado 17,2% em outubro.
Uma desaceleração chinesa é um dos maiores riscos para o crescimento global contínuo; logo, uma grande mudança nesses dados pode gerar algumas preocupações.
Além disso, no próximo sábado, a nação asiática publicará dados sobre a inflação dos preços ao consumidor e ao produtor em novembro. Os relatórios deverão mostrar que os preços ao consumidor subiram 1,8% no último mês, ao passo que os preços ao produtor têm projeção de aumento de 6,6%.
Na semana passada, dados fracos de PMIs sobre a atividade industrial e não industrial indicaram que a economia chinesa está se desacelerando no quarto trimestre do ano.
3. PMI do setor de serviços do Reino Unido
Um estudo sobre setor de serviços gigante do Reino Unido tem divulgação prevista para às 07h30 da próxima terça-feira e projeções de queda para 55,0 a partir da leitura de 55,6 no mês anterior.
A política provavelmente também estará em foco, especialmente com as negociações do Brexit entrando em uma fase crucial. Theresa May, primeira-ministra britânica, deverá se reunir com Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, e com Michel Barnier, negociador chefe do Brexit, na próxima segunda-feira em Bruxelas.
Se Bruxelas considerar que a reunião de segunda-feira teve progresso segunda-feira, líderes da União Europeia poderão dar o sinal verde para negociações comerciais na reunião de cúpula de 14 a 15 de dezembro, reduzido o risco de um "Brexit duro".
O Banco da Inglaterra elevou as taxas de juros pela primeira vez em mais de dez anos no mês passado, mas afirmou ver apenas aumentos graduais enquanto o Reino Unido se prepara para deixar a União Europeia.
4. Decisão do Banco do Canadá sobre taxa de juros
A mais recente decisão sobre a taxa de juros do Banco do Canadá (BoC, na sigla em inglês) está prevista para as 13h00 da próxima quarta-feira, com a maioria dos especialistas esperando que o banco central mantenha sua taxa de referência em 1,00%.
O BoC manteve as taxas de juros estáveis em sua reunião anterior, em outubro, e afirmou que enquanto menos estímulo for necessário durante o tempo, o banco permanecerá cauteloso enquanto considera alterações futuras dados os riscos e incertezas que a economia enfrenta.
Especialistas do mercado acreditam que o banco central canadense manterá as taxas de juros como estão até abril, contido pela incerteza sobre como consumidores altamente endividados irão lidar com os custos mais altos de créditos e o destino incerto sobre o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA, na sigla em inglês).
5. Reunião de política monetária do Banco da Reserva da Austrália
O Banco da Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês) deve divulgar sua mais recente decisão sobre a taxa de juros nesta terça-feira à 01h30.
A maioria dos economistas espera que o banco central mantenha as taxas inalteradas em nível baixo recorde de 1,5% pela 15ª reunião seguida e que mantenha sua posição política neutra, pois analisam o risco de aumentar ainda mais o endividamento no mercado imobiliário aquecido no país frente à inflação morna.
Além do RBA, dados sobre o PIB no terceiro trimestre, vendas no varejo e balança comercial do país também deverão chamar a atenção.
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