Investing.com - Nesta semana, mercados financeiros do mundo todo se concentrarão nos dados da inflação dos EUA com o intuito de avaliar como esses números impactarão a perspectiva de política monetária do Fed até o fim do ano.
Ainda nos EUA, haverá também dados de vendas no varejo em fevereiro. Os relatórios poderão fornecer mais indicações sobre a força da economia antes da reunião do Fed de 20 e 21 de março.
Já na Europa, investidores aguardarão dados mensais de inflação para avaliar a velocidade na qual o Banco Central Europeu começará a reduzir seu imenso programa de estímulo após a reunião do BCE na semana passada.
Um anúncio de política monetária do Banco Nacional da Suíça também estará em foco, embora seja altamente improvável que haja grandes movimentações em termos de política monetária.
Além disso, participantes do mercado estarão de olho nos dados da produção industrial chinesa em meio a recentes de que a segunda maior economia do mundo ainda está forte.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Dados da inflação dos EUA
O Departamento de Comércio publicará os números da inflação em fevereiro às 09h30 da próxima terça-feira.
Analistas de mercado esperam que os preços ao consumidor tenham subido 0,2%, desacelerando a partir do aumento de 0,5% em janeiro, ao passo que o núcleo da inflação tem projeção de aumento de 0,2%, um pouco menos do que no mês anterior quando os preços ao consumidor subiram 0,3%.
Em base anual, o núcleo do IPC tem projeção de aumento de 1,8%, inalterado a partir do mês anterior. O núcleo dos preços é visto pelo Federal Reserve como uma melhor aferição da pressão inflacionária de longo prazo porque exclui as categorias voláteis de alimentação e energia. O banco central tenta normalmente chegar a 2% no núcleo da inflação ou menos.
A inflação em alta pode ter efeito catalisador para o Fed elevar as taxas de juros em um ritmo mais acelerado do que atualmente se espera.
Dados divulgados na sexta-feira mostraram que houve aumento na criação dos empregos nos EUA em fevereiro, o maior em mais de um ano e meio, mas uma desaceleração no aumento dos salários apontava para um aumento apenas gradual na inflação.
Isso poderia ajudar a dissipar quaisquer visões de que o Fed será forçado a endurecer a política monetária em um ritmo mais acelerado do que o esperado neste ano.
2. Vendas no varejo dos EUA
O Departamento de Comércio divulgará dados de fevereiro sobre vendas no varejo às 09h30 da próxima quarta-feira.
O consenso das previsões é de que o relatório mostrará que as vendas no varejo subiram 0,3% no mês passado, recuperando-se após a redução de 0,3% em janeiro.
O núcleo das vendas no varejo tem projeções de aumento de 0,3% após permanecer estável no mês anterior.
Vendas no varejo crescentes com o tempo estão relacionadas com crescimento econômico mais forte, ao passo que vendas fracas sinalizam economia em declínio. Os gastos dos consumidores são responsáveis por cerca de 70% do crescimento econômico norte-americano.
Além dos relatórios de inflação e de vendas no varejo, o calendário desta semana também trará dados norte-americanos sobre preços ao produtor, alvarás de construção, construção de novas casas, produção industrial, pedidos semanais de seguro-desemprego, percepção do consumidor da Universidade de Michigan e também estudos sobre as condições manufatureiras nas regiões de Filadélfia e Nova York.
Não há discurso de integrantes do Fed marcados para esta semana.
Investidores apostam que as chances de aumento de 25 pontos base na taxa de juros na reunião do Fed de 20 a 21 de março estão em torno de 90%, de acordo com o Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com.
Já em Wall Street, com poucos resultados com divulgação marcada para esta semana, papéis do setor financeiro estarão em foco uma vez que o Congresso analisa um projeto de lei para flexibilizar a regulamentação adotada após a crise financeira para bancos menores.
Além disso, espera-se que notícias de Washington mantenham investidores em alerta após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter implementado tarifas sobre a importação de aço e alumínio na semana passada.
3. IPC da zona do euro
A zona do euro irá divulgar seus números finais da inflação em fevereiro por volta das 07h00 de sexta-feira. Espera-se que o relatório confirme que os preços ao consumidor tenham subido 1,2%, 0,1% a menos do que no mês precedente.
Talvez, de forma mais significativa, os números do núcleo da inflação, sem os preços voláteis de energia e alimentos, têm projeções de permanecer em 1,0%, inalterados a partir do mês anterior.
Os números finais da inflação da Alemanha, França, Espanha e da Itália também têm divulgação prevista para essa semana.
Em sua reunião da semana passada, o Banco Central Europeu retirou a promessa de longa data de aumentar a compra de títulos caso necessário, avançando em uma pequena etapa no desmame da economia da zona do euro de seu estímulo prolongado.
Ao manter a política monetária amplamente inalterada, o BCE afirmou que ainda poderia estender seu esquema de compra de 2,55 trilhões de euros (US$ 3,16 bilhões) além de setembro caso necessário.
Mario Draghi, presidente da instituição, e diversos outros membros do BCE deverão fazer discursos nesta semana, que deverão apresentar mais orientação sobre o andamento das mudanças pela frente.
A economia da zona do euro está passando por sua maior expansão em uma década. No entanto, as pressões inflacionárias permanecem fracas, evidenciando a cautela do BCE ao remover o estímulo.
4. Avaliação de política monetária do Banco Nacional da Suíça
A avaliação trimestral de política monetária do Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em alemão) está prevista para quinta-feira às 05h30. A maior parte dos economistas espera que a taxa de juros de referência permaneça inalterada em -0,75%.
Espera-se também que o SNB mantenha seu compromisso de intervenções em moeda estrangeira caso necessário.
Thomas Jordan, presidente do SNB deverá repetir que o franco suíço permanece "altamente valorizado" mesmo com uma perspectiva econômica mais clara e enfraquecimento recente da moeda.
A maioria dos analistas espera que o banco central mantenha tudo como está até que o Banco Central Europeu eleve as suas próprias taxas de juros.
5. Produção industrial da China
A China deverá divulgar a os números da produção industrial em fevereiro por volta das 23h00 da próxima terça-feira em meio a expectativas de aumento de 6,3%, um pouco melhor do que o ganho de 6,2% do mês anterior.
Ao mesmo tempo, a nação asiática divulgará relatórios de agosto sobre investimento em ativos fixos e vendas no varejo.
Dados da China no início do ano são normalmente tratados com cautela pelos economistas devido distorções de negócios e de preços causadas pelo momento das comemorações do Ano Novo Lunar, que duram uma semana e começaram em meados de fevereiro neste ano.
Analistas esperam que investidores possam não obter um quadro claro da saúde econômica da China até que os dados do primeiro trimestre sejam divulgados oficialmente em abril.
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