Investing.com - Nesta semana, mercados financeiros globais irão se concentrar nos dados de vendas no varejo dos EUA, que deverão fornecer sinais mais claros sobre a força do mercado consumidor norte-americano.
Agentes do mercado também estarão muito atentos a comentários feitos por integrantes do Federal Reserve em discursos na busca de indícios sobre a perspectiva de política monetária nos próximos meses e a frequência de aumentos de juros até o final do ano.
Wall Street está dividida nas opiniões se o Fed irá elevar as taxas de juros mais duas vezes este ano, como previsto, ou mais três vezes.
Há também cerca de 10 empresas constituintes do S&P 500 informando resultados nesta semana em Wall Street, já que a temporada de resultados começa a se acalmar, com grandes nomes de varejistas como Home Depot , Macy's e Walmart entre os destaques.
Do outro lado do Atlântico, investidores irão se concentrar nos dados da inflação do Reino Unido na busca de mais indicações sobre a probabilidade do Banco da Inglaterra elevar as taxas de juros neste ano, especialmente após a reunião com tom mais pacífico da semana passada.
Além disso, na Ásia, o Japão irá divulgar dados preliminares sobre o crescimento econômico no quarto trimestre com investidores buscando mais sinais sobre a força da economia e indicações de quando o Banco do Japão irá começar a retirar o estímulo monetário.
O mercado também terá que navegar por outras coisas que o preocupam na próxima semana, como os desdobramentos nas negociações comerciais do NAFTA em Washington, que podem terminar antes do prazo de quinta-feira.
Negociações comerciais entre os EUA e a China também manterão os investidores apreensivos.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Vendas no varejo dos EUA
O Departamento de Comércio divulgará dados de abril sobre vendas no varejo às 09h30 da próxima terça-feira.
O consenso das previsões indica que o relatório mostrará que as vendas no varejo subiram 0,4% no mês passado após terem tido aumento de 0,6% em março
No entanto, excluindo o setor automotivo, espera-se que as vendas tenham aumento de 0,5%, após terem subido 0,2% um mês antes.
Economistas calculam que os dados irão ajudar a moldar o debate sobre o número de vezes que o Federal Reserve irá elevar as taxas de juros até o final deste ano, depois de dados de alguma forma decepcionante sobre a inflação dos EUA na semana passada.
Vendas no varejo crescentes com o tempo estão relacionadas com crescimento econômico mais forte, ao passo que vendas fracas sinalizam economia em declínio. Os gastos dos consumidores são responsáveis por cerca de 70% do crescimento econômico norte-americano.
Além do relatório de vendas no varejo, o calendário desta semana também trará dados norte-americanos sobre alvarás de construção, construção de novas casas, produção industrial, e também estudos sobre as condições manufatureiras nas regiões de Filadélfia e Nova York.
2. Discursos de membros do Fed
Vários discursos de membros do Fed irão chamar a atenção do mercado na próxima semana, já que investidores esperam por indicações sobre o ritmo dos futuros aumentos de juros neste ano.
No topo da agenda estarão os comentários de John Williams, novo presidente do Fed de Nova York, que irá se pronunciar na terça-feira no almoço de maio do Economic Club of Minnesota, em Mineápolis.
Discursos de Loretta Mester, presidente do Fed de Cleveland, James Bullard, presidente do Fed de St. Louis, Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, Neel Kashkari, Presidente do Fed de Mineápolis, Rob Kaplan, do Fed de Dallas e de Lael Brainard, diretora do Fed, também estarão na agenda nesta semana.
Além disso, o indicado para o vice-presidente do Fed, Richard Clarida, bem como Michelle Bowman, que foi indicada para ser diretora do Fed, enfrentarão o Congresso na terça-feira para suas audiências de confirmação.
O Fed manteve as taxas de juros inalteradas neste mês e observou que a inflação estava começando a subir, deixando o caminho para aumentar os custos de crédito em junho.
O banco central norte-americano atualmente prevê mais dois aumentos de taxa em 2018, embora as expectativas de mercado de um terceiro movimento, antes do final do ano, ganharam força nas últimas semanas em meio ao fortalecimento das perspectivas de inflação.
3. Varejista são destaque em última grande semana de resultados
Embora apenas 10 empresas constituintes do S&P 500 deverão divulgar seus resultados financeiros nesta semana, as varejistas só estão começando agora, que será a última grande onda da temporada de resultados do primeiro trimestre.
Home Depot (NYSE:HD) inicialmente dará início ao divulgar seu balanço na terça-feira; resultados de Macy's (NYSE:M) estão na agenda de quarta-feira, ao passo que Walmart (NYSE:WMT), maior varejista do mundo, deverá apresentar seus números na quinta-feira.
Nordstrom (NYSE:JWN), JCPenney (NYSE:JCP) e Children's Place (NASDAQ:PLCE) estão entre outras importantes varejistas a apresentaram balanços nesta semana.
Além disso, empresas blue-chip como Deere (NYSE:DE) e Cisco (NASDAQ:CSCO) também divulgarão balanços.
As bolsas norte-americanas tiveram alta na sexta-feira, registrando uma semana de ganhos sólidos, já que um rali em ações do setor de energia e de tecnologia fornecia sustentação.
O Dow subiu 2,3% na semana passada, seu maior ganho semanal desde março, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq subiram 2,4% e 2,7%, respectivamente.
4. Relatório de empregos do Reino Unido
O Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido (ONS, na sigla em inglês) publicará o relatório mensal de empregos às 09h30 da próxima terça-feira, que será mais observado pelo que diz sobre os salários do que sobre as contratações.
A previsão para o número de pessoas que solicitaram benefícios de assistência ao desemprego é de aumento de 13.300 em março, com a taxa de desemprego se mantendo estável em 4,2%.
De forma mais importante, o crescimento salarial, incluindo os bônus, está previsto para ter aumento de 2,7%, um pouco mais lento do que o ganho de 2,8% observado em fevereiro.
Caso os dados não correspondam às estimativas, a libra poderá enfrentar uma pressão de venda renovada depois de cair frente aos seus principais pares na semana passada após uma reunião de política monetária do Banco do Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) com tom mais pacífico.
Na semana passada, o BoE manteve as taxas de juros como estavam anteriormente e disse que o fraco crescimento durante o início de 2018 provavelmente será apenas temporário, mas deseja ver uma recuperação na economia nos próximos meses antes de elevar os custos de crédito.
A economia da Grã-Bretanha cresceu mais lentamente do que a maioria de seus pares no primeiro trimestre de 2018 devido a uma mistura de clima excepcionalmente nevado e ventos contrários devido à saída iminente da Grã-Bretanha da União Europeia.
5. PIB preliminar do Japão no 1º tri
O Japão irá divulgar os dados preliminares sobre o crescimento econômico do primeiro trimestre às 08h50 de quarta-feira em horário de Tóquio (20h50 de terça-feira em horário de Brasília).
Espera-se que o relatório mostre que a terceira maior economia do mundo encolheu pela primeira vez em dois anos devido ao fraco consumo privado e à menor demanda de exportação.
O produto interno bruto provavelmente se contraiu a uma taxa anualizada de 0,2% no primeiro trimestre após uma expansão de 1,6% no último trimestre de 2017.
Caso se confirme, isso marcará a primeira contração na economia do Japão desde o final de 2015 após oito trimestres consecutivos de crescimento, que foi o período mais longo de expansão econômica do país desde bolha econômica dos anos 80.
A contração anualizada se traduziria em uma leitura estável relativa ao trimestre anterior.
O consumo privado, que representa cerca de 60% do produto interno bruto, não teria registrado crescimento no período de janeiro a março após um ganho de 0,5% no período anterior de três meses.
Além do relatório do PIB, o Japão também planejava divulgar dados sobre núcleo das encomendas de maquinário, que são vistos como um bom indicador dos gastos de capital para os próximos seis a nove meses.
No mês passado, o Banco do Japão manteve a política monetária como estava, mas descartou um cronograma definido para atingir uma meta de inflação, em um movimento surpreendente que os analistas afirmam visar manter as expectativas do mercado de mais estímulo sob controle.
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