Investing.com - Os relatórios econômicos permanecerão em foco na próxima semana, após dados divulgados na sexta-feira sobre o crescimento do emprego nos EUA ter mostrado surpreendente paralisação em fevereiro, levantando novas preocupações sobre a economia.
Os números atrasados das vendas do varejo de janeiro, os números da inflação de fevereiro e o último relatório sobre encomendas de bens duráveis assumem uma maior importância, particularmente depois que dados econômicos recentes terem decepcionado os investidores ao mostrarem que tanto os consumidores como as empresas recuaram.
Há também uma votação chave do Brexit, marcada para terça-feira. Apenas 19 dias antes da saída do Reino Unido da União Europeia, os parlamentares devem rejeitar o acordo Brexit, da primeira-ministra britânica Theresa May, o que poderia reacender os temores sobre um eventual desfecho do Brexit sem acordo.
Em outros lugares, a China tem dados importantes, incluindo as últimas leituras sobre a produção industrial, que serão observadas em busca de mais sinais de danos causados pela briga comercial em curso com os EUA. Os dados do final da semana passada mostraram que as exportações da China em fevereiro caíram para o menor índice em três anos, enquanto as importações caíram pelo terceiro mês consecutivo, apontando para uma desaceleração adicional na economia.
Antes da próxima semana, o Investing.com compilou uma lista dos cinco maiores eventos do calendário econômico com maior probabilidade de afetar os mercados.
1. Vendas no varejo dos EUA
O Departamento de Comércio divulgará dados de janeiro sobre vendas no varejo às 10h30 da próxima segunda-feira.
A previsão consensual é de que o relatório, atrasado em cerca de três semanas devido à paralisação do governo americano, mostrará que as vendas no varejo foram estáveis, após uma queda de 1,2% em dezembro, o maior declínio desde setembro de 2009.
Excluindo o setor automotivo, espera-se que as vendas tenham aumento de 0,4%, recuperando-se de uma queda de 1,8% no mês anterior.
Vendas no varejo crescentes com o tempo estão relacionadas com crescimento econômico mais forte, ao passo que vendas fracas sinalizam economia em declínio.
Os gastos dos consumidores são responsáveis por cerca de 70% do crescimento econômico norte-americano.
2. Inflação nos EUA
O Departamento de Comércio publicará os números da inflação em fevereiro do IPC às 10h30 da próxima terça-feira.
A inflação ao consumidor devem ter subido 0,2% no mês passado, segundo estimativas, em comparação com a leitura estável de janeiro. Em uma base anual, a projeção é que IPC suba para 1,6%, o mesmo valor registrado no mês anterior.
Excluindo o custo de alimentos e combustíveis, o núcleo da inflação deve ter tido um aumento de 0,2% no mês passado e 2,2% em relação ao ano anterior.
3. Pedidos de bens duráveis dos EUA
O Departamento de Comércio dos EUA divulgará dados de janeiro sobre pedidos de bens duráveis às 10h30 da próxima quarta-feira.
A previsão é de que o relatório mostrará que os pedidos de bens duráveis caíram até 0,7% no mês passado. O núcleo dos pedidos de bens duráveis, que excluem itens de transporte voláteis, deve subir 0,2%.
Também no calendário econômico desta semana estarão os números de inflação dos preços ao produtor, uma leitura preliminar sobre o sentimento do consumidor de Michigan, bem como o último relatório do JOLTS.
Enquanto isso, o Fed estará fora de cena na próxima semana, com autoridades banco central americano em um período de silêncio antes da reunião de 19 e 20 de março. Mas o presidente do Fed Jerome Powell está programado para aparecer em uma entrevista no programa "60 Minutes" da CBS no domingo.
O banco central, depois de elevar as taxas de juros quatro vezes no ano passado, sinalizou recentemente que será "paciente" antes de apertar ainda mais a política monetária, em sinal de preocupação crescente com as perspectivas econômicas.
4. Votação do Brexit
Faltando menos de três semanas para que a Grã-Bretanha deixe a União Europeia, os investidores ficarão de olho na votação do parlamento britânico para aprovar o acordo de retirada apresentado pela primeira-ministra Theresa May.
O governo de May está lutando - até agora sem sucesso - para garantir mudanças de última hora em um acordo de saída que ela negociou com a UE antes da votação de terça-feira.
Se ela falhar, os legisladores deverão forçar May a buscar um adiamento para o Brexit que alguns temem poderia ver revertida a decisão de 2016 de deixar o bloco . Outros argumentam que, sem o adiamento, a Grã-Bretanha enfrentará o caos se sair sem um acordo em 29 de março.
Além do Brexit, os investidores se concentrarão em números mensais do PIB para sugestões adicionais sobre a saúde da economia.
5. Produção industrial da China
A China divulgará os números da produção industrial de janeiro na manhã de quinta-feira.
O consenso entre os analistas é de que os dados mostrarão que a produção industrial da China cresceu {{ec-462||5,5%}}, desacelerando de um ganho de 5,7% registrado em dezembro.
Ao mesmo tempo, a nação asiática divulgará relatórios de agosto sobre investimento em ativos fixos e vendas no varejo.
Dados recentes mostraram que a economia da China ainda está perdendo força, depois que o crescimento no ano passado se reduziu para uma baixa de quase 30 anos, destacando as conseqüências da disputa comercial atual entre EUA e China.
- Reuters contribuiu com esta reportagem