Por Ben Blanchard e Michael Martina
PEQUIM (Reuters) - A China responderá como for necessário no caso de uma guerra comercial com os Estados Unidos, disse o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, nesta quinta-feira, ao mesmo tempo em que alertou que tal guerra só prejudicaria todos os lados.
O presidente norte-americano, Donald Trump, deve estabelecer tarifas de importação de 25 por cento sobre o aço e 10 por cento sobre o alumínio importados esta semana, mas a Casa Branca disse que pode haver uma isenção de 30 dias para o México e o Canadá e alguns outros países com base na segurança nacional.
Tal movimento visa a combater as importações baratas, especialmente da China, que segundo Trump prejudicam a indústria e os empregos dos EUA.
A proposta da administração Trump enfrentou uma crescente oposição de republicanos e autoridades empresariais proeminentes preocupados com seu potencial impacto sobre a economia.
A tensão comercial com os EUA saltou para o topo da lista de riscos que a China enfrenta neste ano, disse Zhou Hao, economista de mercados emergentes no Commerzbank, durante o Fórum Global de Mercados da Reuters nesta semana, e os dados mais recentes mostraram que as exportações chinesas cresceram 44,5 por cento em fevereiro ante mesmo período do ano anterior.
Wang disse que a China e os Estados Unidos não precisam ser rivais, e que a história mostrou que as guerras comerciais não são a maneira correta de resolver problemas.
"Especialmente dada a globalização de hoje, escolher uma guerra comercial é uma prescrição errada. O resultado só será prejudicial", disse Wang. "A China terá que adotar uma resposta justificada e necessária".
Trump abordou o comércio com a China em tuítes na quarta-feira, exigindo que o governo chinês estabeleça planos para reduzir o seu superávit comercial com os Estados Unidos em 1 bilhão de dólares, o que parece ter sido levantado durante uma reunião com um alto funcionário chinês na semana passada.
(Por Ben Blanchard e Michael Martina)