Por Shu Zhang e Se Young Lee
PEQUIM (Reuters) - A China está integrando seus reguladores bancários e de seguros, dando novos poderes aos órgãos de formulação de políticas como o banco central e criando novos ministérios, na maior reforma do governo em anos.
A reorganização é um pilar da agenda do presidente Xi Jinping para colocar a liderança do Partido Comunista no coração da política chinesa com ele próprio no cerne do partido.
A economia e o partido se tornaram ainda vez mais interligados desde o congresso do partido em outubro, quando Xi consolidou seu controle no poder. No domingo, os limites de mandato presidencial foram removidos da constituição estatal.
"O aprofundamento da reforma do partido e das instituições do Estado é um requisito inevitável para o fortalecimento da governança de longo prazo do partido", disse Liu He, o principal assessor econômico e confidente de Xi, em um comentário no jornal oficial People's Daily. "O fortalecimento da liderança geral do partido é a questão central", disse ele.
O comentário sugeriu que o partido terá maior influência e voz no governo, ou Conselho de Estado, liderado pelo primeiro-ministro Li Keqiang, dizem alguns analistas.
A tentativa há muito aguardada de apertar a supervisão dos setores bancários e de seguros de 42 trilhões de dólares da China acontece no momento em que as autoridades procuram mais influência para reprimir as práticas de empréstimos mais arriscadas e reduzir os altos níveis de endividamento das empresas.
"A maior notícia é ainda sobre a fusão dos reguladores financeiros. O banco central será responsável pelo lado da supervisão macroeconômica, enquanto os reguladores combinados serão responsáveis pela parte mais concreta das coisas", disse Zhou Hao, economista de mercados emergentes do Commerzbank.
A China também formará uma agência de gerenciamento da supervisão de mercados nacionais, de acordo com um documento do Parlamento divulgado nesta terça-feira.
(Por Shu Zhang e Se Young Lee)