Agência Brasil - Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 19,3% das empresas exportadoras realizam exportações temporárias. Essa modalidade de exportação é feita, principalmente, para apoiar a participação das empresas em feiras, exposições e congressos e para o envio de amostras comerciais.
Segundo a pesquisa, 83,5% das empresas não conhece a modalidade denominada ATA Carnet, destinada a exportações temporárias. Das instituições que conhecem o documento, 3,9% o utilizam. O documento ATA Carnet, que suspende a incidência de impostos sobre a permanência temporária de produtos e equipamentos, foi implementado no Brasil em outubro de 2016.
Com apenas um documento, empresas podem entrar com bens em 77 países durante 12 meses. Esse documento reúne todas as informações que devem ser apresentadas na aduana de saída e de entrada, reduzindo a burocracia, tornando mais rápidos os trâmites aduaneiros e pode ser usado tanto por pessoa física quanto jurídica.
A CNI é a entidade credenciada junto à Receita Federal para emitir o documento por meio da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), presente nas federações das indústrias de todo o país.
Análise
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, disse que, diferentemente do que ocorre em países concorrentes, as empresas brasileiras não têm a cultura de levar seus produtos para demonstrar no exterior. Segundo ele, o costume é comum na Alemanha, nos Estados Unidos e na Suíça.
“As empresas precisam ver a modalidade de exportação temporária como um instrumento do processo de internacionalização e como um diferencial de competitividade”, disse o diretor da CNI. “Quando uma empresa leva o produto para ser experimentado lá fora, isso aumenta a possibilidade de ela exportar mais e se internacionalizar. A internacionalização, por sua vez, contribui para tornar nossa indústria mais inovadora.”
Desafios
A pesquisa Desafios à Competitividade das Exportações Brasileiras de 2018 ouviu 589 empresas exportadoras entre outubro de 2017 e março de 2018 e apresenta um raio-X dos problemas que os empresários brasileiros enfrentam para poder vender bens e serviços para o exterior.
A nova edição da pesquisa busca apontar os principais entraves do processo de exportação e avaliar mudanças ocorridas nos desafios enfrentados pelos exportadores nos últimos dois anos.
A edição anterior, publicada em 2016, mostrou que as empresas brasileiras enfrentam muita dificuldade para exportar, apresentando dificuldades, como morosidade e burocracia aduaneira e alfandegária, além da complexidade dos documentos exigidos e do arcabouço legal que regulamenta as exportações, assim como o elevado custo do transporte.