Washington, 20 mar (EFE).- O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, iniciou nesta terça-feira a primeira reunião de política monetária sobre o comando do novo presidente, Jerome Powell, que deve terminar com uma alta nas taxas de juros.
A reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed se encerra amanhã, com a divulgação de um comunicado sobre as taxas de juros e as novas previsões macroeconômicas dos EUA.
Os analistas preveem uma nova alta de 0,25 pontos percentuais nas taxas de juros, que hoje estão entre 1,25% e 1,5%. A medida daria sequência ao ajuste gradual iniciado por Janet Yellen, que deixou a presidência do Fed em fevereiro, sendo substituída por Powell.
O encontro também é o primeiro após a aprovação da reforma tributária defendida pelo presidente do país, Donald Trump, que incluiu um importante corte de impostos para empresas.
Os indicadores positivos das últimas semanas apontam para uma revisão para cima das previsões de crescimento da economia americana. Em dezembro, a expectativa era de avanço de 2,5% em 2018.
A inflação, que ficou durante vários anos abaixo da meta de 2% do Banco Central, e a força do mercado de trabalho, com uma taxa de desemprego de 4,1% em fevereiro, justificam as altas nos juros.
"Esse é um relatório (o de desemprego) que fortalecerá o argumento de alguns dos integrantes do Fed. Isso é um sinal positivo para a economia americana", disse Alan Krueger, professor da Universidade de Princeton e ex-presidente do Conselho de Assessores Econômicos do ex-presidente Barack Obama.
Em fevereiro, a inflação nos EUA ficou em 2,2%.
O Fed tem atualmente a missão de promover o pleno emprego e o controle da inflação no país. Por causa deste mandato, Powell defendeu no Congresso o aumento progressivo das taxas de juros.
"O que não queremos que ocorra é que fiquemos para trás, que a inflação dispare, que tenhamos que subir as taxas de juros muito rapidamente, provocando uma nova recessão", disse Powell.
Para o economista-chefe da Raymond James Financial, Scott Brown, não há motivos para o Fed interromper a sequência das altas de juros. "Não há nada para fazer o Fed pisar no freio. Dar uma pequena freada a cada trimestre me parece mais provável", afirmou.
A reunião do Fed, porém, ocorre em um momento delicado em nível internacional depois de Trump decidir impor tarifas às importações de aço e alumínio, uma medida protecionista que causa preocupação no mundo devido à possibilidade de uma guerra comercial.
Powell terá que ser firme para responder sobre o impacto dessas medidas na economia americana.