SÃO PAULO (Reuters) - (Reescreve no último parágrafo de reportagem publicada em 28 de novembro nome de executivo do BNP Paribas (PA:BNPP) para Jean-Valery Patin, não Jean Valery Patins)
SÃO PAULO (Reuters) - A gradual substituição do BNDES [BNDES.UL] por outras fontes para financiamento a projetos de infraestrutura no Brasil é um processo que levará anos, indicaram especialistas num congresso do setor nesta terça-feira.
Mesmo com a Selic perto das mínimas históricas e de avanços regulatórios pontuais, a avaliação de executivos de bancos, empresas e de escritórios de advocacia é que não há um aparato adequado para atrair recursos suficientes para as necessidades do país em projetos como de logística e de energia.
"Os bancos têm limitações de Basileia, os investidores estrangeiros receiam ficar expostos à moeda local no longo prazo e os investidores institucionais no país não têm mostrado grande apetite por esses projetos", disse Edson Ogawa, responsável pela área de project finance no Santander Brasil (SA:SANB11), durante Fórum de infraestrutura promovido pela agência de classificação de risco Fitch.
Segundo Pablo Sorj, sócio da área de project finance do escritório de advocacia Mattos Filho, mudanças regulatórias recentes pelo governo federal, como as ligadas à devolução de concessões em transportes, diminuíram algumas questões de investidores, mas apenas parcialmente.
Além disso, disse Sorj, a troca do BNDES por investidores privados na fase mais crítica dos projetos, a de construção, exigirá criar um ambiente que dispense os empreendedores de apresentar garantias, o chamado non recourse, tal como é feito no exterior.
"E isso vai exigir mais tempo para estruturar novos projetos", disse Sorj.
Segundo Jean-Valery Patin, chefe da área de project finance do BNP Paribas para América Latina, o país deveria começar um novo modelo mais direcionado para financiamento pelo mercado com projetos menos complexos, como de energias renováveis, antes de partir para outros mais complicados, como os de transportes.