(Reuters) - O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quinta-feira, em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que recria de 2016 a 2023 a Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que permite ao governo usar livremente 30 por cento de todos os impostos e contribuições sociais e econômicas federais.
A PEC foi aprovada em primeiro turno por 334 votos a favor e 90 contra, e precisa passar ainda por um segundo turno na Casa antes de ser enviada ao Senado para mais uma votação em dois turnos, de acordo com a Agência Câmara Notícias.
O mecanismo fiscal perdeu a vigência no final de 2015, e o governo do presidente interino Michel Temer busca sua recriação no Congresso Nacional para ajudar o governo a cumprir a meta de resultado primário deste ano, que é de déficit de 170,5 bilhões de reais.
O texto aprovado permite ao governo realocar livremente 30 por cento das receitas obtidas com taxas, contribuições sociais e de intervenção sobre o domínio econômico (Cide), que hoje são destinadas, por determinação constitucional ou legal, a órgãos, fundos e despesas específicos.
A autorização para o governo equivale a um número entre 117 bilhões e 120 bilhões de reais para este ano, de acordo com a agência. Se a DRU for aprovada, estes recursos desvinculados serão transferidos para uma fonte do Tesouro Nacional que é de livre movimentação.
A PEC também autoriza os Estados, Distrito Federal e municípios a instituírem o mesmo mecanismo fiscal até 2023, uma inovação, já que a desvinculação sempre foi restrita à União, segundo a agência.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)