Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O déficit previdenciário dos servidores civis foi o que mais cresceu no primeiro semestre, apontaram dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira, numa mostra do descasamento entre receitas e despesas do funcionalismo público.
De janeiro a junho, o rombo cresceu 11,3% sobre igual período do ano passado, chegando a 20,076 bilhões de reais.
Na mesma base de comparação, o déficit dos militares subiu 8,2%, a 18,079 bilhões de reais, ao passo que no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que abarca os trabalhadores da iniciativa privada, a alta foi de 6,1%, a 79,667 bilhões de reais.
Embora o déficit do RGPS seja o mais representativo em termos absolutos, os rombos previdenciários dos servidores civis e militares são proporcionalmente mais pesados, pois o número de beneficiários de ambas as categorias é significativamente menor.
O governo do presidente Jair Bolsonaro tem defendido a reforma da Previdência, que passou em primeiro turno na Câmara dos Deputados, como iniciativa fundamental para reequilibrar as contas públicas e combater privilégios.
Apesar do discurso, o próprio Bolsonaro defendeu de última hora que regras mais brandas fossem admitidas para carreiras policiais, o que acabou passando no texto aprovado em plenário.
Agora, a expectativa do governo é que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seja chancelada em segundo turno na Câmara ainda no começo de agosto, para terminar de ser apreciada pelo Senado em setembro.
A PEC não mexe nas regras para aposentadoria de militares, que foram objeto de um projeto específico já enviado ao Congresso, mas ainda não votado pelos parlamentares.