SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras voltaram a reduzir com força suas expectativas para o crescimento da economia brasileira neste ano na esteira da greve dos caminhoneiros que afetou o país, elevando também as contas para a inflação.
A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que a projeção mediana para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 caiu agora a 2,18 por cento, de 2,37 por cento antes, na quinta redução seguida. Para o ano que vem, permanece a estimativa de crescimento de 3 por cento.
A greve dos caminhoneiros terminou na semana passada após mais de 10 dias de bloqueios e manifestações por rodovias de todo o país, provocando desabastecimento generalizado e afetando diversos setores da economia. Voos foram cancelados, filas gigantescas se formaram em postos de gasolina e muitas empresas chegaram a interromper a produção.
A paralisação provocou escassez de alimentos e outros insumos, e com isso as contas para a alta do IPCA neste ano subiram pela terceira semana seguida, chegando a 3,65 por cento, 0,05 ponto percentual a mais do que no levantamento anterior. Para 2019, o ajuste foi de 0,01 ponto a mais, para 4,01 por cento.
As estimativas para o dólar também voltaram a subir no Focus e agora são de 3,50 reais tanto para 2018 quanto para 2019, ante respectivamente 3,48 e 3,47 reais na semana anterior.
Para a taxa básica de juros, não houve mudanças nas expectativas de que a Selic terminará o ano a 6,5 por cento, indo a 8 por cento no final de 2019, mesmos cálculos do Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões.