BRASÍLIA (Reuters) - Economistas passaram a ver menor déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) neste ano e no próximo, na esteira de maiores receitas e menores despesas projetadas, conforme relatório Prisma Fiscal divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Fazenda.
Segundo a mediana dos dados coletados até o quinto dia útil deste mês, a expectativa para o déficit primário em 2018 caiu a 149,186 bilhões de reais, contra 153,944 bilhões de reais antes.
Com isso, seguiu dentro da meta estabelecida pelo governo, que é de um saldo negativo em 159 bilhões de reais. O cumprimento do alvo, contudo, é envolto em incertezas em função da série de medidas que foram enviadas ao Congresso Nacional para assegurá-lo, mas que não foram analisadas pelos parlamentares.
No início deste mês, o governo bloqueou 16,2 bilhões de reais em despesas do Orçamento de 2018, sendo 8 bilhões de reais por cautela com receitas previstas via privatização da Eletrobras (SA:ELET3) e outros 8,2 bilhões de reais com remanejamento de gastos.
Para 2019, a estimativa passou a ser de um déficit primário de 119 bilhões de reais, ante 120,961 bilhões de reais no levantamento anterior e indicação do governo de um rombo de 139 bilhões de reais, que será, se confirmado, o sexto dado consecutivo no vermelho do país.
Para a trajetória da dívida bruta, a conta também diminuiu para este ano e o próximo. Agora, a perspectiva é de que chegue a 75,50 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, contra 76 por cento no mês passado. Para 2019, o cálculo melhorou a 77,20 por cento do PIB, ante 78,39 por cento anteriormente.
(Por Marcela Ayres)