Por Julia Edwards Ainsley
WASHINGTON (Reuters) - Em um amplo pedido por documentos e análises, a equipe de transição do presidente eleito Donald Trump requisitou ao Departamento de Segurança Interna que avaliasse todos os ativos disponíveis para a construção de muros e barreiras de fronteira.
A equipe também perguntou, no mês passado, sobre a capacidade do departamento de expandir o programa de detenção de imigrantes e sobre um programa de vigilância aérea que foi reduzido sob o governo de Barack Obama, mas permanece popular entre os que defendem mais controle sobre a imigração.
Também foi questionado se servidores federais alteraram informações biográficas mantidas pelo departamento sobre imigrantes, por preocupações sobre suas liberdades civis.
Os pedidos foram feitos em uma reunião em 5 de dezembro entre a equipe de transição de Trump e representantes do Departamento de Segurança Interna, de acordo com um memorando interno da agência visto pela Reuters.
O documento oferece um relance sobre a estratégia do presidente eleito para garantir a segurança de fronteiras dos EUA e reverter políticas adotadas pela administração Obama.
A equipe de transição de Trump não respondeu a pedidos de comentários feitos pela Reuters. Uma porta-voz do Departamento de Segurança Interna e da Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras não quis comentar.
Em resposta ao pedido da equipe de transição, agentes da agência de proteção fronteiriça identificaram mais de 600 quilômetros na fronteira entre EUA e México, e cerca da mesma distância na fronteira entre EUA e Canadá, onde novas cercas podem ser construídas, de acordo com documentos vistos pela Reuters.
A Reuters não conseguiu determinar se a equipe de Trump está considerando uma barreira na fronteira ao norte do país. Durante sua campanha, Trump prometeu construir um muro e expandir partes cercadas da fronteira entre EUA e México, mas disse não haver necessidade de construir um muro com o Canadá.
Um programa sobre o qual a equipe de transição fez perguntas, de acordo com o sumário por email, foi a Operação Falange, um programa de vigilância aérea que autoriza 1.200 aviadores da Guarda Nacional do Exército a monitorar a fronteira do sul do país em busca de tráfico de drogas e imigração ilegal.
O programa, que já teve mais de 6.000 aviadores sob a administração do ex-presidente George W. Bush, foi reduzido por Obama, uma medida criticada por conservadores, os quais argumentam que a vigilância é vital para a segurança na fronteira.
Trump disse ter a intenção de desfazer as ordens executivas de Obama sobre imigração, incluindo uma ordem de 2012 que permite que crianças trazidas ilegalmente para os EUA por seus pais possam permanecer no país sob autorização temporária, o que as permitiria ir à faculdade ou trabalhar.
Durante sua campanha presidencial, o presidente eleito prometeu deportar mais imigrantes sem documentos, uma promessa que pode ter levado sua equipe de transição a pedir por informações sobre a viabilidade da expansão de instalações temporárias de detenção.