Bruxelas, 19 fev (EFE).- Os ministros de Economia e Finanças da zona do euro elegeram nesta segunda-feira o titular de Economia da Espanha, Luis de Guindos, para ocupar a vice-presidência do Banco Central Europeu (BCE), confirmaram à Agência Efe fontes europeias.
A decisão foi tomada por consenso, depois que o ministro de Finanças irlandês, Paschal Donohoe, anunciou em sua chegada à reunião que retirava seu candidato para o cargo, o presidente do Banco Central da Irlanda, Philip Lane.
"O Eurogrupo deu hoje seu apoio à candidatura de Luis de Guindos para o posto de vice-presidente do Banco Central Europeu", afirmou o presidente deste fórum, Mário Centeno, em sua conta do Twitter.
A designação do ministro espanhol, que o governo dava como certa mesmo antes de apresentar um candidato concreto para o posto, teve caminho livre com a retirada da Irlanda justo antes da reunião.
"Dada a decisão que será tomada esta tarde, acredito que é importante e do interesse do BCE que a decisão seja adotada por consenso, portanto vou retirar o nome de Philip e falei com o ministro Luis de Guindos e lhe desejei boa sorte esta tarde", disse Donohoe em sua chegada ao encontro.
Na semana passada, fontes europeias já tinham antecipado que o Eurogrupo preferiria tomar uma decisão por consenso, de maneira que não fosse necessário chegar a uma votação na qual houvesse que confirmar que o sucessor contava com a requerida maioria qualificada (14 países que tenham pelo menos 65% da população).
A decisão adotada hoje terá que ser confirmada amanhã pelos países da zona do euro durante o Conselho de Ministros de Economia da União Europeia (Ecofin).
De Guindos substituirá no comitê executivo da instituição emissora e supervisora dos bancos da zona do euro o português Vítor Constancio, cujo mandato termina em 31 de maio, por um período de oito anos não renováveis.
A Eurocâmara organizará uma audiência pública com De Guindos em 26 de fevereiro e depois adotará uma opinião sobre sua validade.
O conselho de governadores do BCE também emitirá uma opinião, embora até agora a instituição nunca tenha se oposto a uma nomeação e sempre se limitou a assinalar que cumpria com as exigências do tratado e que não tinha objeções.
Nenhum dos veredictos é vinculativo, razão pela qual não poderiam vetar a nomeação, que deverá ser confirmada em última instância pelos chefes de Estado e de governo da União Europeia na sua cúpula de 22 e 23 de março, também por maioria qualificada.
De Guindos terá que assumir seu novo cargo em Frankfurt no próximo dia 1º de junho.