Por Michael Martina e David Lawder
PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - A China prometeu acabar com subsídios para suas indústrias que distorcem o mercado, mas não forneceu nenhum detalhe sobre como pretende atingir esse objetivo, disseram três fontes com conhecimento das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China que estão acontecendo em Pequim nesta semana.
A China prometeu fazer com que todos os seus programas de subsídios se adéquem às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), segundo as fontes, mas negociadores dos Estados Unidos reagiram com ceticismo, em parte porque Pequim tem há muito se recusado a revelar seus subsídios.
Sem saber exatamente como o governo chinês financia indústrias e companhias estatais, seria difícil verificar qualquer promessa de reforma, disseram as fontes, falando sob condição de anonimato já que as negociações são confidenciais.
O ponto de atrito entre as duas maiores economias do mundo ilustra o principal desafio enfrentado para encerrar sua guerra comercial que já dura sete meses: garantir que as promessas da China resultarão em ações concretas.
Em quatro dias de conversas nesta semana em Pequim, tem sido difícil alcançar progresso nas demandas dos EUA por reformas estruturais, de acordo com uma das fontes informada sobre as conversas.
Além da redução de subsídios estatais, negociadores de Washington estão buscando medidas para encerrar a transferência forçada de tecnologia dos EUA para empresas chinesas e o roubo cibernético de segredos comerciais norte-americanos.
Porta-vozes do Escritório de Representação Comercial e do Tesouro dos EUA não responderam de imediato a pedidos de comentários sobre as conversas. O Ministério de Comércio da China também não respondeu a um pedido de comentário.
A última rodada de negociações deve terminar na sexta-feira com uma reunião entre o presidente chinês, Xi Jinping, e os dois principais negociadores dos EUA, o representante de Comércio Robert Lighthizer e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Se os dois lados não conseguirem chegar a um acordo até o dia 1º março, os Estados Unidos devem elevar de 10 para 25 por cento tarifas sobre 200 bilhões de bens chineses.