SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras passaram a ver um afrouxamento monetário ainda maior neste ano ao reduzirem a perspectiva para a taxa básica de juros na pesquisa Focus do Banco Central, em meio a um ambiente de inflação persistentemente fraca.
A mediana das projeções no levantamento divulgado nesta segunda-feira mostra que a expectativa agora é de que a Selic termine 2017 a 7,25 por cento, ante 7,50 por cento anteriormente. Para 2018, permanece a projeção de 7,50 por cento.
Os especialistas consultados também mantiveram a estimativa de que o BC manterá o ritmo forte de corte da taxa básica de juros, atualmente em 9,25 por cento, e reduzirá novamente a Selic em 1 ponto percentual na reunião de 5 e 6 de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Além do cenário de pressão fraca dos preços, a expectativa de trajetória firme de corte de juros também foi favorecida na última semana pelo avanço da medida provisória que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) no Congresso Nacional, aprovada em comissão mista e depois no plenário da Câmara.
Essas aprovações ajudam no ânimo dos investidores em relação o avanço das reformas, o que já foi citado pelo BC como essencial para a condução da política monetária.
Por sua vez, o grupo que mais acerta as previsões, o Top-5, passou a ver a Selic ainda mais baixa tanto este ano quanto no próximo --a 7,0 por cento em ambos os casos, ante 7,25 por cento antes.
Para a inflação, houve novo corte nas contas para 2017. A alta do IPCA em 2017 passou a ser calculada em 3,45 por cento, uma queda de 0,06 ponto percentual em relação ao levantamento anterior. Para 2018, permanece a estimativa de inflação de 4,20 por cento.
Tanto para 2017 quanto para 2018 a meta oficial de inflação é de 4,5 por cento, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em agosto, o IPCA-15 teve alta de 0,35 por cento, subindo em 12 meses 2,68 por cento, menor patamar desde março de 1999.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), houve ajuste na estimativa para um crescimento neste ano de 0,39 por cento, de 0,34 por cento antes. Para 2018, a expectativa continua sendo de expansão de 2 por cento.