Fique por dentro das principais notícias do mercado desta segunda-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 07.07.2025, 04:44
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas operam em baixa nesta segunda-feira, com os investidores à espera de maior clareza sobre os próximos passos da política tarifária dos Estados Unidos.

O presidente Donald Trump afirmou que o país está próximo de finalizar novos acordos comerciais e começará a enviar notificações a parceiros delineando suas tarifas atualizadas até 9 de julho, data que marca o fim da suspensão temporária das tarifas recíprocas. Além disso, ameaçou impor mais tarifas a países que se alinharem a “políticas antiamericanas” do Brics.

No mercado local, os investidores deve repercutir novos dados de inflação e projeções para a economia brasileira.

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1. Futuros dos EUA recuam em meio a incerteza

Os principais índices de ações dos Estados Unidos apontavam para um início de sessão negativo, à medida que o mercado processa os comentários de Trump sobre novas tratativas comerciais e o potencial restabelecimento das tarifas.

Às 8 h de Brasília, o Dow Jones caía 33 pontos (-0,08%), o S&P 500 recuava 21 pontos (-0,33%) e o Nasdaq 100 registrava baixa de 106 pontos (-0,47%) no mercado futuro.

As bolsas permaneceram fechadas em Wall Street na sexta-feira devido ao feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos.

Após um primeiro semestre marcado por intensa volatilidade, o S&P 500 inicia julho dentro de um período sazonalmente favorável: o mês tem sido o melhor desempenho médio do índice nos últimos 20 anos, com retorno de 2,5%, segundo dados da Reuters.

A aprovação recente de uma ampla legislação fiscal também contribuiu para reduzir parte das incertezas. Apesar disso, os próximos dados econômicos, sobretudo os relacionados à inflação, e a temporada de balanços do segundo trimestre, que se inicia nas próximas semanas, ainda podem interferir na direção dos ativos de risco.

2. Trump sinaliza novas tarifas e ameaça países do Brics

Trump indicou que o governo norte-americano começará a notificar seus parceiros comerciais sobre as novas tarifas. Apesar de a suspensão temporária das tarifas recíprocas estar programada para expirar em 9 de julho, há indícios de que a aplicação efetiva possa ser adiada para 1º de agosto.

Questionado sobre a diferença entre os prazos, Trump declarou que “a maioria dos países será resolvida até 9 de julho, seja por meio de carta ou de acordo”. Já o secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que as novas tarifas “entram em vigor em 1º de agosto, mas os termos estão sendo definidos neste momento”.

Durante os 90 dias da suspensão iniciada em abril, a Casa Branca negociou acordos individuais com diferentes países. Até o momento, houve avanços com Reino Unido, Vietnã e China, mas diversas nações seguem em negociações.

“Os cenários incluem desde acordos de última hora até a elevação substancial das tarifas ou o anúncio de novas extensões. Nenhuma dessas possibilidades pode ser descartada”, escreveram analistas do ING.

Embora alguns países tenham, na prática, mais três semanas de alívio tarifário, Trump afirmou que as tarifas podem variar entre 10% e até 60% ou 70%, aumentando o nível de incerteza para empresas expostas ao comércio internacional.

Trump também comunicou que países alinhados ao Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que recentemente incorporou Egito, Indonésia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, serão alvo de tarifa adicional de 10%, em resposta ao que classificou como “políticas antiamericanas”.

Segundo o presidente, “qualquer país que se alinhe ao Brics estará sujeito a uma tarifa ADICIONAL de 10%. Não haverá exceções”. A declaração foi feita em sua plataforma de mídia social, em meio à realização da cúpula do Brics no Brasil, onde o bloco criticou abertamente o protecionismo tarifário dos EUA e os ataques de Washington ao Irã.

3. Embate político com Elon Musk

A disputa pública entre Trump e Elon Musk ganhou novo capítulo após o executivo da Tesla (NASDAQ:TSLA) anunciar planos de criação do “Partido América”, uma nova legenda política.

Musk foi um dos principais financiadores da campanha de Trump nas eleições de 2024, mas tem demonstrado crescente oposição à agenda fiscal da Casa Branca. Durante o fim de semana, o empresário afirmou que a criação do novo partido visa oferecer uma alternativa política de centro.

Trump reagiu nas redes sociais, declarando estar “triste por ver Elon Musk sair completamente dos trilhos”, ao criticar abertamente os planos políticos de seu antigo aliado. O presidente também mencionou a retirada da proposta de mandato para veículos elétricos no novo pacote fiscal, sugerindo que a decisão enfraquece os interesses comerciais de Musk.

4. Petróleo se recupera após anúncio da Opep+

Os preços do petróleo registravam recuperação nesta segunda-feira, após a Opep+ anunciar um aumento de produção superior ao previsto para agosto, medida que reacendeu preocupações sobre excesso de oferta global.

No momento da redação, os contratos futuros do Brent subiam 0,60%, cotados a US$ 68,69 por barril, enquanto o WTI avançava 0,74%, sendo negociado a US$ 67,00.

O grupo formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) informou no sábado que aumentará sua produção em 548 mil barris por dia no próximo mês, superando os ajustes anteriores de 411 mil bpd aplicados em maio, junho e julho.

A entidade também cogita um novo acréscimo de mesma magnitude em setembro, decisão que será debatida na reunião marcada para 3 de agosto.

A medida amplia a reversão dos cortes voluntários de 2,2 milhões de bpd adotados no início do ano por grandes produtores como Arábia Saudita e Rússia, que buscavam conter o enfraquecimento dos preços.

5. Inflação e projeções econômicas no Brasil

No destaque da agenda econômica local, está a divulgação do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) pela Fundação Getulio Vargas, que caiu 1,80% em junho, após uma queda de 0,85% em maio. Com esse resultado, o indicador acumula queda de 1,76% no ano e alta de 3,83% em 12 meses.

O IGP-DI é um indicador de inflação mais sensível a variações no câmbio e nos custos do atacado, apurado do primeiro ao último dia do mês de referência.

Além disso, os investidores saberão logo mais quais são as projeções do mercado para indicadores importantes da economia brasileira, com a divulgação do boletim Focus, pelo banco central.

No relatório da semana passada, analistas do mercado reduziram pela quinta semana consecutiva a estimativa para a inflação de 2025, com o IPCA projetado em 5,20%, ante 5,24% na semana anterior, mantendo a previsão de 4,50% para 2026.

Ao mesmo tempo, elevaram levemente a expectativa de crescimento do PIB em 2026 para 1,87%, enquanto a projeção para 2025 permaneceu em 2,21%.

As estimativas para a taxa Selic foram mantidas em 15,00% ao fim de 2025 e em 12,50% para 2026, completando 22 semanas sem alterações.

Houve ainda leve revisão para baixo nas projeções do dólar, agora estimado em R$5,70 no fim de 2025 e R$5,79 no fim de 2026, refletindo o recuo acumulado de 11,2% da moeda norte-americana frente ao real neste ano.

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