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Investing.com — Os índices futuros das ações dos EUA operavam em alta nesta sexta-feira, com os investidores avaliando os desdobramentos de um novo pacto comercial entre Washington e Londres.
O acordo, fechado na véspera entre o presidente americano Donald Trump e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, reacendeu expectativas de avanço em outras frentes comerciais, com destaque para as conversas previstas neste fim de semana entre autoridades dos EUA e da China.
No mercado local, as atenções se voltam para a divulgação do índice oficial de inflação ao consumidor no mês de abril.
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1. Futuros americanos estáveis
Os índices futuros registravam alta em Wall Street nesta sexta-feira antes da abertura das Bolsas, com os investidores repercutindo as implicações de um acordo comercial recém-anunciado entre os Estados Unidos e o Reino Unido.
Às 8 h de Brasília, o Dow Jones subia 52 pontos, ou 0,13%. O S&P 500 avançava 17 pontos (+0,32%), enquanto o Nasdaq 100 registrava alta de 89 pontos, equivalente a 0,44%.
CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street
No pregão anterior, os principais índices de Wall Street encerraram o dia em alta, embalados pela leitura de que o novo tratado bilateral pode contribuir para aliviar tensões comerciais em nível global. Apesar da permanência de uma tarifa básica de 10% sobre produtos britânicos, o Reino Unido anunciou a redução de suas tarifas de 5,1% para 1,8%, além de abrir maior espaço para itens fabricados nos EUA.
Componentes aeronáuticos da Rolls-Royce (LON:RR) (OTC:RYCEY) foram retirados da lista de bens tarifados pelos EUA, o que favoreceu ações do setor aéreo, como Delta Air Lines (NYSE:DAL), que dispararam 7,2%. O índice de companhias aéreas do S&P 500 subiu 5,4%. A Boeing (NYSE:BA) também se valorizou, após confirmação de que o Reino Unido se comprometeu a adquirir US$ 10 bilhões em aeronaves da fabricante americana.
O dólar ganhou força com o anúncio do acordo. Analistas do ING destacaram que o mercado reagiu positivamente a uma mudança de postura de Trump, menos agressiva em relação às tarifas — um alívio para os investidores que haviam sido desestabilizados pelas medidas mais duras adotadas semanas atrás.
2. Negociações comerciais entre EUA e China
Com as atenções voltadas agora para as negociações entre EUA e China, cresce a expectativa em torno dos encontros do fim de semana em Genebra entre o Secretário do Tesouro Scott Bessent, o negociador Jamieson Greer e autoridades chinesas.
A China permanece excluída da atual trégua tarifária, enfrentando tarifas mínimas de 145% sobre suas exportações aos EUA. Em resposta, Pequim aplicou taxas de 125% sobre produtos americanos, elevando o risco de um agravamento no conflito comercial entre as duas maiores economias do planeta.
Trump sinalizou ontem que espera progresso nas discussões em Genebra, sugerindo que o ambiente é propício para eventuais reduções tarifárias. O vice-ministro chinês de Relações Exteriores afirmou que o país está preparado para lidar com os desafios comerciais, acrescentando que as medidas adotadas pelos EUA são excessivamente punitivas e insustentáveis no longo prazo. O governo chinês já havia classificado as tarifas como instrumento de coerção.
3. Nvidia planeja modificar chip de IA focado na China
No setor de tecnologia, a Nvidia (NASDAQ:NVDA) está prestes a lançar uma versão menos robusta de seu chip H20 na China, segundo fontes ouvidas pela Reuters. A modificação visa atender às novas exigências de exportação impostas pelos EUA. A empresa já teria comunicado a mudança a grandes clientes chineses, incluindo provedores de nuvem.
O H20 é o chip mais avançado que a Nvidia pode comercializar no país sob os parâmetros da administração Biden. No entanto, novas restrições planejadas pelo governo Trump devem exigir licenças específicas para exportação do componente. A estratégia da Nvidia inclui reduzir tanto a capacidade de processamento quanto a de memória do chip, o que pode viabilizar sua entrada no mercado chinês sob as regras atualizadas.
O produto é peça-chave na infraestrutura de IA de empresas como Baidu (NASDAQ:BIDU), Alibaba (NYSE:BABA) e a startup DeepSeek.
4. Petróleo sobe
No mercado de commodities, os preços do petróleo operavam com leve alta nesta sexta-feira, estendendo os ganhos da sessão anterior.
No momento da redação, os contratos futuros do Brent subiam 1,2%, para US$ 63,60, enquanto o WTI avançava 1,3%, para US$ 60,69.
Ambos os benchmarks fecharam o dia anterior com valorização próxima de 3%. O movimento reflete a percepção de que o novo pacto entre EUA e Reino Unido pode sinalizar a intenção da Casa Branca de buscar acordos comerciais rápidos com grandes consumidores de petróleo, como China e Índia.
Apesar do alívio momentâneo, os preços permanecem perto das mínimas de quatro anos, em um ambiente ainda marcado por incertezas macroeconômicas que pressionam a demanda por petróleo bruto.
5. IPCA no Brasil
No mercado local, os investidores vão acompanhar a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o mês de abril, previsto para as 9 h de Brasília.
Os últimos dados de inflação mostraram desaceleração em março e abril, mas seguem pressionados pelo encarecimento dos alimentos, que foram responsáveis por quase 60% do IPCA-15 de abril.
O índice cheio subiu 0,56% em março e 0,43% na prévia de abril, elevando a taxa acumulada em 12 meses para 5,48%, afastando-se da meta de 3% do banco central.
O cenário inflacionário segue desafiador, com núcleo e serviços ainda em níveis elevados, o que sustenta uma política monetária restritiva, com a Selic atualmente em 14,75%.
Analistas apontam que a combinação entre mercado de trabalho aquecido, real desvalorizado e tensões comerciais externas, especialmente com os EUA, adiciona incerteza ao quadro inflacionário e à trajetória de juros no curto prazo.
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