RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira que o governo deve elevar a previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para perto de 1 por cento, acima da estimativa atual de 0,5 por cento.
Meirelles disse ainda que "agora" não considera a possibilidade de se candidatar a algum posto eletivo.
"Os números (do PIB) são muito fortes e positivos. A nossa previsão de 0,5 por cento para este ano tem viés de alta", afirmou o ministro que, ao ser questionado se a nova estimativa será perto de 1 por cento, afirmou que isso era possível.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 0,2 por cento no segundo trimestre deste ano, acima do esperado, levando a uma onda de revisões para cima na projeção de crescimento deste ano.
Meirelles também afirmou que não "está considerando nenhuma possibilidade agora" de ser candidato no ano que vem. Filiado ao PSD, o nome do ministro da Fazenda surge com frequência como o de possível presidenciável.
"Eu sou candidato a ajudar o Brasil a voltar a crescer como ministro da Fazenda", disse Meirelles a jornalistas após participar de evento no Rio de Janeiro.
Recentemente, a Reuters noticiou que Meirelles quer se candidatar à Presidência e teria o apoio de seu partido, mas sabe que só terá chances reais com uma melhora respeitável da economia, segundo uma fonte próxima ao ministro.
Nos últimos meses, ele fez alguns movimentos considerados mais políticos, como a participação em encontros com pastores evangélicos e até a criação de uma conta na rede de microblogs Twitter, administrada por sua assessoria, onde costuma comentar os resultados positivos da economia.
Meirelles também afirmou que a devolução de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o governo será feita "dentro das possibilidades do banco de aplicação de recursos."
O governo quer receber antecipado cerca de 130 bilhões de reais do BNDES, com parte dos empréstimos feitos pela União ao banco de fomento. Os recursos ajudariam a reduzir a dívida pública.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)