(Reuters) - O governo na Índia afirmou nesta quarta-feira que acredita na autonomia do banco central e disse que a autoridade monetária é "essencial", em uma tentativa de acalmar os investidores preocupados com uma disputa pública acirrada com o banco central da Índia.
As ações e títulos da Índia caíram, e a rúpia enfraqueceu no pregão, em meio a notícias de que o presidente do banco central indiano, Uriji Patel, pode considerar renunciar, devido à ruptura em suas relações com o governo.
Segundo notícias publicadas, o governo também havia invocado poderes nunca antes utilizados para dar instruções ao presidente do banco central sobre assuntos "de interesse público", relacionados ao apoio ao setor financeiro e às pequenas empresas.
Em um comunicado divulgado horas depois pelo Ministério da Fzenda, o governo disse que a independência do banco central é "um requisito de governança essencial e aceitável".
O governo acrescentou que continuará a realizar amplas consultas como o banco central para avaliar seus problemas e sugerir possíveis soluções.
Mas não ficou claro se foram usados tais poderes pela primeira vez para dar instruções à autoridade monetária. O jornal Economic Times informou que o governo enviou cartas a Patel nas últimas semanas exercendo esses poderes.
Os canais de TV da Índia, CNBC-TV18 e ET Now, exibiram reportagens no início do dia, citando fontes anônimas dizendo que Patel poderia renunciar. O banco central se recusou a comentar.
A declaração do governo, no entanto, adotou um tom mais calmo, segundo analistas.
"A declaração é ambígua e não esclarece totalmente os pontos em questão", disse A. Prasanna, economista-chefe da ICICI Securities Primary Dealership.
"Ainda assim, parece que o Ministério da Fazenda está tentando reduzir as preocupações."
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447509))
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