Os empresários da indústria paulista mostraram que há expectativa de recuperação do emprego para o setor em 2018, com 24,4% confirmando que pretendem aumentar o número de vagas. Em 2017, apenas 16,5% disseram ter ampliado postos de trabalho. Ao comparar os dois anos, a segurança jurídica da reforma trabalhista foi justificativa para o aumento do quadro de empregados, considerado por 1,2% dos entrevistados para 2017 e 8,9% para 2018. Os dados são da pesquisa Rumos, divulgada hoje (27) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias (Ciesp).
Do total de entrevistados, apenas 10% responderam que pretendem enxugar vagas este ano, enquanto 63,5% querem manter as posições de trabalho estáveis. Em 2017, 43,2% declararam que reduziram seu quadro de empregado e 40,3% mantiveram os postos de trabalho estáveis. A pesquisa, realizada com 509 empresas da indústria de transformação no estado de São Paulo, aconteceu entre os dias 11 e 26 de janeiro de 2018.
O aumento do portfólio de produtos da empresa foi um fator importante tanto para as empresas aumentaram o quadro de empregados em 2017 quanto para as que pretendem fazê-lo em 2018. Essa justificativa permaneceu no mesmo patamar na comparação 2017 e 2018 (32,1% e 25,8%, respectivamente). Entre as empresas que marcaram “outros motivos” para explicar o aumento do quadro tanto em 2017 quanto em 2018, praticamente todas apontaram o aumento da demanda por produtos.
De acordo com a pesquisa, entre as empresas que ainda pretendem reduzir o quadro de empregados em 2018, a justificativa é a perspectiva de aumento da produtividade na indústria paulista, com investimento em automação da produção e melhora do processo produtivo, indicada por 9,8% das entrevistadas, enquanto que em 2017 esse cenário era avaliado por apenas 0,5% delas. Esse fator, segundo a pesquisa Rumos, pode indicar uma melhora da competitividade da indústria paulista. No ano passado, o cenário apresentado para o fechamento de vagas era a redução do número de turnos e menor espaço da área administrativa e comercial, considerado por 25% e 23,6% das empresas.
A pesquisa mostra ainda que 29,8% das indústrias buscarão empregados mais qualificados para as novas vagas do que os que empregava antes da crise econômica; 60,5% querem funcionários tão qualificados quanto os que empregavam antes da crise e 4,8% buscam menos qualificados do que os que empregavam antes da crise econômica.
Segundo apontou a pesquisa, uma justificativa importante para as empresas que não pretendem aumentar o emprego em 2018 é a de que ainda não estão sentindo a recuperação da produção. “No entanto, dados econômicos recentes apontam para a consolidação da recuperação econômica deverá ganhar força em 2018”, avaliou a entidade. Caso esse cenário se estabeleça, 44,4% das entrevistadas afirmaram que precisarão ampliar o número de empregados, já que estão trabalhando com o quadro enxuto.
Enquanto isso, 52,8% afirmam que não precisarão aumentar muito o quadro de empregados. Entre essas indústrias, a justificativa é a de que ainda estão com excedente de emprego (42%) e que já investiram ou pretendem investir em melhora de processo produtivo (42%), pretendem investir em terceirizados, 19,3%, e há empregados em layoff ou redução de jornada que poderiam retornar (3,3%).