Por Giuseppe Fonte e Steve Scherer
ROMA (Reuters) - O governo da Itália minimizou nesta quinta-feira as preocupações de que a Comissão Europeia vai rejeitar seu plano de elevar o déficit orçamentário no próximo ano e sinalizou que não irá voltar atrás, mesmo sob pressão do mercado.
Após vendas generalizados terem afetado os títulos italianos na terça-feira, o governo formado pelo partido de extrema-direita Liga e o Movimento 5 Estrelas, anti-establishment, atenuou na quarta-feira seu plano original de manter o déficit em 2,4 por cento do Produto Interno Bruto em 2020-21.
Mas manteve a meta de 2,4 por cento para o próximo ano, e nesta quinta-feira autoridades do governo disseram que não têm planos de fazer mais revisões dessa meta, que é três vezes maior do que a determinada pelo governo anterior.
Falando sobre as metas orçamentárias para vários anos que precisam ser revisadas por Bruxelas até meados do mês, o vice-ministro da Economia, Massimo Garavaglia, afirmou nesta quinta-feira: "ou passa ou não passa, mas não é esse o problema. Estamos mais focados no que está acontecendo nos mercados."
Garavaglia também disse que a meta de crescimento do PIB para o próximo ano, que ainda não foi publicada, será de 1,6 por cento, contra projeção de 1,2 por cento na pesquisa da Reuters do mês passado com 51 analistas.
O líder da Liga, Matteo Salvini, falando à rádio estatal RAI, afirmou que os gastos para o ano que vem são necessários para estimular o crescimento e criar empregos, e acrescentou que o governo não voltará atrás.
"Esse é um orçamento que olha para o futuro, e realmente não vamos voltar atrás", disse Salvini.