MADRI (Reuters) - O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, retirou nesta terça-feira uma alteração na lei do aborto que teria feito da Espanha um dos países europeus onde seria mais difícil interromper uma gravidez indesejada.
O projeto de lei tinha como meta permitir o aborto somente no caso de estupro ou se a gestação representasse um sério risco de saúde para a mãe, e criou profundas divisões no governista Partido Popular, de centro-direita, além de ser impopular entre os eleitores.
"Como presidente do governo, adotei a decisão mais sensata", disse Rajoy aos repórteres em uma coletiva de imprensa em Madri, sem afirmar explicitamente se o projeto de lei foi descartado.
Uma porta-voz do escritório do premiê mais tarde confirmou a retirada da proposta.
Rajoy disse que o governo, ao invés disso, irá analisar uma modificação na lei do aborto para que mulheres de 16 e 17 anos não possam pôr fim à gravidez sem o consentimento dos pais e que irá adotar medidas de apoio às famílias até o final do ano.
(Por Sonya Dowsett e Raquel Castillo)