LONDRES (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, disse neste sábado que o Reino Unido conseguirá firmar um acordo com a União Europeia após o Brexit, um dos principais objetivos da primeira-ministra britânica, Theresa May.
Mas, em entrevista à BBC, ele afirmou que o centro financeiro de Londres não terá o mesmo tipo de acesso à UE segundo o acordo com May, que prevê a saída do país do mercado comum e da união aduaneira do bloco.
Macron afirmou no passado que o Reino Unido poderá ter acordos com a UE ao estilo daqueles feitos com Canadá e Noruega, mas não um especial para a nação.
Perguntado se isso era justo, por causa do longo período pelo qual o Reino Unido foi parte da UE, Macron disse: "Não é uma questão de ser justo ou injusto. Isso é uma referência. Mas, com certeza, você elaborará sua própria solução".
Perguntado se haveria uma solução especial para os britânicos, ele respondeu: "Claro, mas você vai... Eu uso essas duas referências porque essa solução especial deve ser consistente com a preservação de um mercado comum e de nossos interesses coletivos".
"E você tem que entender que não pode, por definição, ter todo o acesso ao mercado único se você não está dentro", acrescentou.
O presidente francês insistiu que o Reino Unido não terá acesso total ao mercado único da UE sem aceitar seus básicos princípios de liberdade de movimento e aceitar a jurisdição do bloco.
"Quando você decide não aceitar as pré-condições, não é acesso total", afirmou. "Então talvez tenhamos algo entre o acesso total e um acordo comercial", avaliou.
Macron repetiu um alerta feito durante uma visita à Grã-Bretanha na quinta-feira, de que o acesso total à União Europeia por parte dos serviços financeiros britânicos não era possível.
"Isso depende das propostas feitas pelo Reino Unido", disse. "Mas, claro, o acesso total aos serviços financeiros do mercado único não é factível, devido à funcionalidade dele. Então, por definição, não é acesso total."
O Reino Unido e a UE chegaram a um acordo de separação no mês passado que previa conversas sobre laços comerciais, o que alimentou esperanças de um Brexit mais suave.
(Por Stephen Addison)