Por Renee Maltezou e Angeliki Koutantou
ATENAS (Reuters) - Manifestantes arremessaram coquetéis molotov contra policiais gregos na frente do Parlamento em Atenas nesta quarta-feira, enquanto parlamentares se preparavam para votar um doloroso pacote de austeridade que credores europeus exigiram em troca de um novo resgate ao país da zona do euro.
Os confrontos, o mais sério episódio de violência na Grécia em três anos, irrompeu em um momento em que o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, luta para conter uma resistência dentro de seu próprio partido de esquerda contra o acordo que foi forçado a aceitar após negociações em Bruxelas nesta semana.
Mais da metade do comitê central de 201 membros do partido governista Syriza assinou uma declaração rejeitando os termos "humilhantes" do resgate, dizendo que não ser compatíveis com os princípios da esquerda. "Esta proposta não pode ser aceita pelo povo do Syriza", disseram.
Com partidos de oposição pró-europeus prontos para apoiar o resgate, as medidas devem ser aprovadas em algum momento nesta noite. Mas cerca de 30 a 40 parlamentares do Syriza devem ou se abster ou votar contra o governo, levantando dúvida sobre quanto tempo Tsipras conseguirá permanecer no cargo.
Falando a parlamentares do Syriza antes da votação, Tsipras alertou que ele precisará do apoio de seu partido para ficar, segundo uma autoridade do governo.
"Eu sou o primeiro-ministro porque tenho um grupo parlamentar que me apoia. Se eu não tiver seu apoio, será difícil ser primeiro-ministro no dia seguinte", disse ele, segundo a autoridade.
Enquanto o debate no parlamento avançava, do lado de fora, na Praça Syntagma, gás lacrimogêneo foi lançado, enquanto policiais dispersavam uma manifestação de milhares de pessoas contrárias ao plano de austeridade.
A manifestação seguia pacífica até que um pequeno grupo arremessou coquetéis molotov contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral.
A calmaria retornou mais tarde, mas ruas adjacentes estavam vazias e latas de lixo ainda queimavam. Cerca de 30 pessoas foram presas, de acordo com uma fonte da polícia.