BRASÍLIA (Reuters) - Economistas consultados pelo Ministério da Fazenda pioraram suas previsões para o resultado primário do governo neste e no próximo, e elevaram as projeções para a dívida pública bruta em 2024, mostrou nesta sexta-feira o relatório Prisma Fiscal de julho.
Segundo o relatório, a expectativa mediana agora é de saldo primário negativo de 81,424 bilhões de reais em 2024, ante visão anterior de déficit de 79,715 bilhões de reais. Para 2025, a expectativa para o resultado primário também piorou, a déficit de 95,341 bilhões de reais, ante 90,134 bilhões no mês passado.
Em relação à dívida bruta do governo geral, os economistas agora esperam que ela chegue a 77,46% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final de 2024, de 77,33% projetados em junho. Em 2025, a previsão é de que a dívida chegue a 80,10% do PIB, ante projeção anterior de 80,15%.
Os dados vêm em meio a preocupações persistentes do mercado com a capacidade do governo de melhorar a trajetória fiscal, diante de dúvidas sobre a possibilidade de aprovação de medidas de aumento de arrecadação e incertezas em relação a cortes de despesas.
A meta do governo é zerar o déficit primário ao fim deste ano.
Para a arrecadação, a expectativa mediana subiu para este ano e para 2025. A nova projeção indica a entrada de 2,613 trilhões de reais neste ano, contra 2,603 trilhões estimados no mês anterior. Em 2025, a arrecadação federal é vista em 2,744 trilhões de reais, ante 2,734 trilhões em junho.
Diante das barreiras impostas para o aumento da arrecadação, o governo tem sido pressionado a revisar alguns de seus gastos, iniciativa que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou contar com apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prometendo quase 26 bilhões de reais em economia com revisão de benefícios sociais e previdenciários.
Os economistas consultados no Prisma elevaram suas projeções para as despesas totais do governo central neste ano -- a 2,209 trilhões de reais, ante 2,207 trilhões no mês anterior -- e no próximo -- 2,333 trilhões de reais, de 2,321 trilhões em maio.
(Por Bernardo Caram)