BUENOS AIRES (Reuters) - O bloco aduaneiro sul-americano Mercosul e outros países da região pediram o restabelecimento da ordem constitucional na Venezuela e expressaram sua "profunda preocupação" com a crise política e econômica no país caribenho, segundo um comunicado divulgado nesta sexta-feira após uma cúpula do grupo.
A situação da Venezuela, onde a violência política tem crescido nos últimos meses, foi um dos temas centrais da reunião do Mercosul --formado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai-- realizada entre quarta-feira e sexta-feira na cidade argentina de Mendoza.
"Os Estados membros do Mercosul e os Estados associados de Chile, Colômbia e Guiana, assim como o México, reiteram sua profunda preocupação com o agravamento da crise política, social e humanitária na República Bolivariana da Venezuela", afirmou uma declaração divulgada pela chancelaria argentina.
No comunicado, pedem à Venezuela "o restabelecimento da ordem institucional, a vigência do Estado de Direito e a separação de poderes, no âmbito do pleno respeito às garantias constitucionais e aos direitos humanos".
A Venezuela foi suspensa do Mercosul no final do ano passado por não cumprir com os requisitos para fazer parte do bloco, em meio a fortes críticas dos membros do grupo ao governo de esquerda de Nicolás Maduro.
Vários governos da América, entre eles Estados Unidos, Brasil, México, Peru e Argentina, tem pedido a Maduro para suspender a eleição de uma Assembleia Nacional Constituinte.
Esta iniciativa é rejeitada pela oposição por acreditar que o líder socialista busca se perpetuar no poder e não realizar eleições previstas como as presidenciais de 2018. Manifestantes contrários ao governo têm realizado protestos constantes que já deixaram mais de 100 mortos nos últimos três meses.
(Reportagem de Jorge Otaola)