A Moody's Investors Service rebaixou a classificação de crédito de Israel em dois níveis, de "A2" para "Baa1", na última sexta-feira, citando preocupações com o impacto econômico dos conflitos em curso e o aumento dos gastos estatais. A agência de classificação alertou que novos rebaixamentos podem ocorrer se as tensões com o Hezbollah escalarem para um conflito em grande escala.
O rebaixamento, que surpreendeu alguns funcionários do governo, reflete a incerteza em torno da recuperação econômica de Israel em meio à guerra de um ano com o Hamas em Gaza, que já custou aproximadamente 250 bilhões de shekels (67 bilhões de dólares), e a resposta aos disparos de foguetes do Hezbollah no Líbano.
Yair Avidan, ex-regulador bancário israelense, enfatizou a necessidade de ação para manter a classificação atual. Enquanto isso, Karnit Flug, ex-chefe do banco central agora no Instituto de Democracia de Israel, interpretou o rebaixamento como um sinal de que a Moody's vê riscos crescentes e uma rápida deterioração da situação.
O Ministro das Finanças Bezalel Smotrich, junto com outros políticos israelenses, criticou o rebaixamento, sugerindo que ele subestima a resiliência da economia israelense. No entanto, a Fitch e a S&P Global também expressaram preocupações sobre os gastos de defesa de longo prazo de Israel e um déficit orçamentário crescente.
A economia israelense já sentiu o impacto dos conflitos, com o crescimento desacelerando para uma taxa anualizada de 0,7% no segundo trimestre, o que equivale a uma contração de 0,9% per capita devido ao crescimento populacional. O Instituto Aharon de Política Econômica da Universidade Reichman estima que uma guerra total com o Hezbollah poderia resultar em uma contração econômica de 3,1% este ano e um déficit orçamentário de 9,2% do PIB.
A coalizão do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu tem estado sob pressão para finalizar o orçamento de 2025, que foi adiado por dois meses devido a desacordos internos. O projeto de orçamento visa uma meta de déficit de 4% do PIB e cortes de gastos de 35 bilhões de shekels. Alguns funcionários do governo acreditam que a Moody's deveria ter esperado pela aprovação do orçamento antes de emitir o rebaixamento.
Apesar do rebaixamento e das preocupações fiscais, muitos no setor empresarial de Israel permanecem confiantes nos fundamentos econômicos do país, particularmente em sua dinâmica indústria de alta tecnologia. Yossi Abu, CEO da NewMed Energy, chamou o rebaixamento de "um erro colossal" e um julgamento equivocado da resiliência israelense.
O Banco de Israel tem defendido cortes de gastos e aumentos de impostos para lidar com o déficit, que o governo havia projetado em 6,6% do PIB para 2024, mas atualmente está em 8,3%. A Moody's prevê um déficit de 7,5% para o ano. A taxa de câmbio atual é de 3,7074 shekels por dólar.
A Reuters contribuiu para este artigo.
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